segunda-feira, 30 de junho de 2014

Temporal

Lá bem no fundo, quando olho para trás tudo mudou mas sabe ao mesmo, sabe a presente, a hoje. É sem sabor há algum tempo, é sem sabor hoje. Desliguei o palato para me manter de pé, mas arrependo-me. Vejo-me mais fria. Não queria. Sinto que te deixei de querer sentir. Não queria. A disponibilidade para viver o momento é cada vez menos real. A ansiedade para vive-lo é cada vez mais pequena. O desejo arrefeceu. Sinto frio. Não queria.Não te quis. Dói não te querer. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Adormecidos

São lados errados. Quebraste-o. Foram os laços do acreditar. Prenderam-no ao chão. Ele não sabe como correr quando o chamo para mim. Fica! Só sabe ficar. É tão simples eu fugir. Aproxima-te então, quase até ao toque. Atira-me ao chão. Eu não sei quantas vezes vou fugir para não voltar. Aproxima-te então,  pede-me que eu dou. Quero saber se neste sitio certo já não há perdão. E ninguém te vai prometer que é para sempre a paixão. Dámos uma volta, é só mais uma e mais uma e mais uma. Hoje vou te querer roubar outra vez. É difícil largar a mão. Não há paixão no olhar, há momentos sem calor. Mas eu sei que existir ao pé de ti é bem melhor. Vem que nem o último a cair vai perder.