quinta-feira, 22 de setembro de 2016

I heard all you said and I took it to heart

O Porto nunca foi bonito para mim. Não foi um sítio de muitos amigos. Foram cinco anos. Se pensar neles, foram anos um pouco cinzentos, como a própria cidade. Houve muitas alegrias, risadas longas, muitos sonhos... Houve más escolhas. Fins terríveis. Laços quebrados e mal resolvidos. Enquanto ouço o Jogo, balanço o corpo nas memórias. Uma R muito afastada do que é hoje. Sou quase outra pessoa com outro nome. Com outros olhos. Com outros ouvidos. Com um outro coração. Foram cinco anos. Um mão cheia de amigos. Duas minhas pessoas. Um namorei-o. O outro admirei-o. Ambos, juntos, faziam-me rir daqui à lua. Um deles fez-me chorar uma banheira. Esse casou na semana passada. O outro casa este sábado. O primeiro ligou-me a convidar para a despedida de solteiro, numa espécie de última sedução. O segundo ligou-me agora. Num discurso com um bocadinho de emoção e mágoa dizia que ia casar! E que sempre fui amiga dele. A única. Pedia-me desculpa por um convite que não entregou. Não sabia porquê. Mas sentia necessidade de me dizer... queria casar com o meu sim de satisfação por ele... mesmo que seja já este sábado (sem convite):"Foste minha amiga de verdade". Eu balbuciei frases soltas de parabéns. Fiquei contente. Gostava de ter sabido articular um discurso. Mas fiquei baralhada, surpreendida, contente e triste. Desliguei com a ideia de que podemos marcar um jantar todos juntos num futuro próximo. Desliguei a saber que não iria acontecer. Vim sentar-me e sinto-me dormente. A querer encostar-me e chorar um pouquinho. Fazer um draminha no copo de água. Dizer que não entendo. Que não percebo. Que estou num filme qualquer a levar chapadas à tanto tempo que já nem sei qual é o meu lugar. Não sei o que fazer com isto. Se o digo em voz alta talvez chore e ninguém perceba por quem são estas lágrimas. Acho que seriam por mim. Pela vida estranha que tenho. Fecho os olhos, quentes. Apetece-me sacudir isto e seguir. Como um outro dia qualquer. Inventar um mundo mágico. E deixar a realidade para amanhã. Só sei que nada sei.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Será que Vénus está mal colocado?

Eu sei que dou muito e isso é assustador. Sei que também é por isso que fico sempre bem na fotografia. Sei que tenho uma opinião vincada e muito dura. Sei que tenho pulso firme e que nem sempre é bem aceite. E sei que muitas vezes só eu é que sei brincar. Quando os outros o fazem é porque são ridículos. Depois penso duas vezes e sei que fui prepotente e pouco humilde.

Sei isso tudo. Juro. Tento melhorar também, Não é fácil.
E sei que quando me desvalorizam ou desdenham o que eu tento fazer bem, deixo ficar tudo às escuras. Fecho a porta e não volto a entrar com a mesma vontade. Encolho os ombros e deixo de querer disciplinar ou fazer porque gosto. Sou assim, de extremos tão duros, que até a mim me pesam.

Baixo os braços como os pequenos. Amuada. Chateada comigo.
Acho que só o E. é que acredita. Em signos. Mas às penso no que ele me dizia: ser balança em balança é o terror! Era uma boa desculpa. Simples. Queria muito usar. Mas não vai dar (fica a dica):

Balança com ascendente em balança: Tem as suas qualidades e defeitos acentuados: aumentam a sociabilidade, a indecisão, o senso artístico e a sensibilidade. Se Vénus, regente do signo, estiver mal colocado, teremos o tipo ambicioso e egocêntrico. O tipo superior é honesto, passional, idealista e trabalhador, e quer se casar por amor.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

She's out in deep water. Hope he's a good swimmer

Vieram num pé e foram noutro. Foram férias. Boas! Com amigos, cada vez mais dentro do meu coração.
13 dias passaram e sabem-me a um mês inteiro. Menos de um mês para nascer a clara do ovo e para eu fazer 30. Estou nervosa. Nervosa é uma palavra muito forte. Mas, apesar de querer beijinhos e abraços por existir mais um ano de aventuras... sinto-me "desenturmada"... que já havia de estar noutra fase. Talvez mais madura e tranquila como todas as trintonas que conheço.
Mas não. Não estou! E de alguma forma este sentimento atormenta-me. Tanto canto como desencanto. Estou incerta como o tempo. Não queria ficar velha aos olhos dos outros: Eia, trinta?! (surpresa!!) Queria ter 20. OS 30 são os novos 20, da boca para fora. Acho! Mas juro que queria... e lá no fundo não queria ter de me reinventar "all over again".
Tenho um prato da balança desequilibrado, raios!
No fim do dia durmo tranquila... é sinal que estou no lado bom da luz, num mundo às escuras. Quero continuar as minhas aventuras sem o lápis azul da idade.