sexta-feira, 21 de abril de 2017

Galegos

Santiago tem sido boa comigo. Tranquila. No laboratório o ambiente é bom! Louco, bem à moda espanhola. Vou sentir falta. É o melhor ambiente de laboratório que já estive. Sinto-me acolhida.
Talvez pela a língua ser quase a mesma. Os Galegos são bem parecidos com os portugueses, não há como nega-lo. Talvez nós sejamos uma continuação deles, nos tempos modernos. Ás vezes acho-os mais reservados e nós mais conservadores.
Por faltar um mês vou caminhando pelas ruas com alguma nostalgia, vou apreciando gestos no laboratório que vou sentir falta.
Acho que vivi pouco a cidade, mas ao mesmo tempo tenho a sensação de pertencer aqui, de uma forma natural. Como se também esta fosse a minha casa. Consigo ser a mesma pessoa. A facilidade com que estou em Portugal é provavelmente a maior razão para sempre me sentir em casa.
Tem sido uma grande experiência. Uma experiência de relações. De ser capaz de entrar num carro de boleias com estranhos. Estranhos que durante duas horas são apontamentos na minha vida. De fazer amizades nessas boleias.  De ser capaz de viver sozinha de forma simples, sem grandes dramas. De ter aprendido a dormir a cesta. De apreciar beber café com leite. De almoçar às 15h e jantar às 22h. De pinchar tortilla e beber Estrella Galicia. De gostar de espanhóis e perceber que afinal de Espanha pode vir bom vento.
Falta saber se saco um artigo daqui. A química é tramada.
Deixar o trabalho para último implica que o meu pai me ensinou bem: "Trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar".
Falta um mês e eu tenho caminhado em terrenos bons! Em Terrenos galegos!