Passaram-se 3 anos. Andei por aí, ocupada a existir. Os sítios felizes roubam-nos tempo.
Foi o tempo de me tornar outra pessoa.
Encontrei-me. Encontrei-o.
Abrimos o nosso saco-cama e ficamos ali a ver as estrelas este tempo todo.
Tanto tempo em tão pouco tempo.
Hoje sou mãe há 9 meses e 15 dias. Parece tão pouco tempo e uma eternidade.
O tempo mais difícil de passar é aquele na madrugada, entre acordares infinitos.
Hoje apeteceu-me escrever sem ter muito para dizer.
Antes de ser mãe li muitas vezes que é preciso fazer luto daquilo que fomos. Achei exagerado. Ainda acho. Mas talvez a vontade venha daí.
A minha existência deixou de ser tão livre. Passou a ser mais difícil de explicar.
O que tenho tentado assimilar é que o mais importante é dar tempo ao tempo. Um dia volto a ter mais tempo, individual.
Para já é tempo de assumir que a Freckles ficou presa num outro tempo.
Esta que escreve hoje é uma espécie de milf-Freckles que ainda não sabe como estar.