quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Alive

Veio a nostalgia. Fui ver-nos naquele início. Fui ver que nós somos,existimos.
Sei que nem sempre estivemos de bem. Nem sempre demos as mãos. Que não concordamos com metade mas aceitamos os "não entendo". Disseram-me que o público não decide nada, que somos nós que decidimos.

Nós somos, existimos.

Fui lá ver-nos sorrir. Nas memórias. São boas, são leves. Assim de repente, veio um ponto de viragem, a Bold e depois ficou tudo muito Irregular, borratado a constrangimentos, culpa... Até que a maré desceu e tudo ficou mais claro, veio o calor de verão. Estamos bem.

Talvez seja o novo ponto de viragem. A maré subiu.

Nós somos, existimos.
Espero.
Espero-nos.






segunda-feira, 23 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Desumanização



«Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas.»
Valter Hugo Mãe





quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Just a reflection of a reflection


Now, the signals we send are deflected again.We’re still connected, But are we even friends?
It’s just a reflektor.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Levo comigo uma origem

«Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Quando era pequeno, os campos eram enormes. Cresci mais do que podia imaginar e, no entanto, os campos continuam enormes. Entre o que me puxa de um lado e de outro, há o meu lugar a manter-me firme, a fornecer-me equilíbrio infinito.

A diferença de forças é incomparável. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Levo comigo uma origem e um destino.

Levo comigo um sentido. Irreversível como um mergulho, não me perturbo. Eu tenho um lugar. Sinto que lhe conheço cada detalhe e, no entanto, todos os dias o exploro e lhe encontro novidade. No meu lugar, os sinos do adro dão as horas.

É difícil vermo-nos a nós próprios, sei bem. Falta a perspectiva da distância, os espelhos distorcem, o rosto com que nos olham está sempre tingido pela cor que trazem por dentro. É também por isso que me faz tanta falta o meu lugar. Sem ele, talvez acreditasse no primeiro reflexo que me apresentassem. Sem ele, talvez dependesse desses humores para imaginar quem sou.

Assim, estou preparado para atravessar o mundo inteiro. E, se mais mundo houver, mais mundo será tocado pela minha pele.

Mi-nha pe-le, palavras pronunciadas sílaba a sílaba. E nenhum continente é demasiado grande ou demasiado estéril para me impedir de atravessá-lo. E nenhum detetor de metais conseguirá identificar o tamanho e os ângulos do lugar que levo comigo: amor. Repito: amor.

Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Ainda rodo sobre mim próprio e, depois do mundo fosco, preciso de acreditar na nitidez que transporto, esse lugar meu, onde descanso e onde não sou um postal de tiragens sem fim, sempre deturpado um pouco mais, um pouco mais, milímetro a milímetro. Agradeço todo o contraste que consigo trazer para o caminho que construo. Não coloco limites nas temperaturas a que quero sujeitar os meus sentidos e nas lições que quero aprender.

Mas felizmente, tenho o meu lugar. Acompanha-me como um deus.»

O meu lugar, José Luís Peixoto


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Rodrigo Leão

São os sacos que carrego e me deixam corcunda.
É o lembrar-te em coisas que não quero gostar porque são para os apaixonados.
Vou saltar, correr e dançar por mim sem pensar em mais ninguém.
Deixei crescer o narcisismo e permiti-me a errar.
Ser-se esquisita passou a ser elogio.
Esquecer como acabamos o ano e negarmos o medo de saber como vamos começar um outro.
Abraça-me esta noite e nunca mais.
Vou correr o mundo.
Deixo o lado negro correr livremente e mudar-me a vida sem pensar que não era suposto ser assim.
Assumi o retrocesso e o imoral. Estou apaixonada pela ideia do lado errado.

«I'm not a bad person. I'm a real good person.», Aileen, Monsters 2003




terça-feira, 3 de setembro de 2013

acho que quero voltar