domingo, 16 de outubro de 2016

J'y Suis Jamais Alle

Passaram muitos dias. Talvez uma série deles tenham memórias rotineiras que os fazem ser apenas um entre muitos. Outros vão ficar sempre.
Contemplei em São Miguel a vastidão imensa de um oceano. De cima, quase das nuvens. Senti-me pequena. Leve. Como se a responsabilidade de grandes feitos não fosse minha. Só uma gota daquele oceano imenso que é o Mundo. A tranquilidade que advém é pacificadora. Nada devo a ninguém. Nem a mim mesma. Eu sou inteira naquilo que vivo.

Sou a mais pequena de todas as aspirações que tenho. Aspiro ser maior esquecendo-me que sou eu quem me realiza, e não o girar da terra sobre o sol. E olhar aquele céu tão perto, aquele mar perigoso e vasto, sentir suavidade do ar quente do sol, fez-me sentir uma doçura estranha. Cresci ali. Sentei-me numa outra escada, mais alta e quente. 
Na semana seguinte vieram os 30. Com alguma ansiedade que foi tão suavizada por as mais inesperadas pessoas. Que me levaram a um mergulho numa emoção que eu não contava. Acho que nunca dei abraços tão sentidos. 
Acho que a minha vida corre como um cavalo selvagem, alto, esbelto e livre. Que corre de crinas ao vento entre o verde da terra e o azul do céu. Corre em dias húmidos de lama e em dias em que o sol brilha tanto numa liberdade fresca. 
Corro livre. 


https://www.youtube.com/watch?v=VhHVf03Cx4Y