Passaram muitos dias. Talvez uma série deles tenham memórias rotineiras que os fazem ser apenas um entre muitos. Outros vão ficar sempre.
Contemplei em São Miguel a vastidão imensa de um oceano. De cima, quase das nuvens. Senti-me pequena. Leve. Como se a responsabilidade de grandes feitos não fosse minha. Só uma gota daquele oceano imenso que é o Mundo. A tranquilidade que advém é pacificadora. Nada devo a ninguém. Nem a mim mesma. Eu sou inteira naquilo que vivo.
Sou a mais pequena de todas as aspirações que tenho. Aspiro ser maior esquecendo-me que sou eu quem me realiza, e não o girar da terra sobre o sol. E olhar aquele céu tão perto, aquele mar perigoso e vasto, sentir suavidade do ar quente do sol, fez-me sentir uma doçura estranha. Cresci ali. Sentei-me numa outra escada, mais alta e quente.
Na semana seguinte vieram os 30. Com alguma ansiedade que foi tão suavizada por as mais inesperadas pessoas. Que me levaram a um mergulho numa emoção que eu não contava. Acho que nunca dei abraços tão sentidos.
Acho que a minha vida corre como um cavalo selvagem, alto, esbelto e livre. Que corre de crinas ao vento entre o verde da terra e o azul do céu. Corre em dias húmidos de lama e em dias em que o sol brilha tanto numa liberdade fresca.
Corro livre.
https://www.youtube.com/watch?v=VhHVf03Cx4Y
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