terça-feira, 28 de agosto de 2018

O que for, quando for, é que será o que é. "

Não é desistir. Nem baixar os braços. É crescer. Eu que tanto quis ser sempre a menina e nunca crescer.
Se calhar a idade apanhou-me. E lá amadureci. Uma Peter Pan sem saída.
O mundo dos adultos. Que tramado!
Ouço muitas vezes:
- E se não aparecer alguém?
Respondia com silêncios. Encolher de ombros.
Agora respondo: ok!
- E se aparecer alguém?
Respondia com: os homens não prestam.
Agora respondo: ok!

Há uma estória em cada vida que se cruza com a nossa. Vai sempre haver. Se a pessoa existe em nós, existe porque há uma estória para contar.
Porque a vida é como o P. dizia: "Ela continua!"

Sim. Vai continuar. E, não há muito que saber: ou vivemos ou deixamos de ser.
E viver implica tanta coisa. Não se restringe a nada. Nem a ontem, nem a hoje, se tu quiseres.
E não é uma luta. É uma aventura. São mil contos.

E sim! Não nego. Existe uma vontade interior de sentir o amor sublime. De sentir o tocar de almas. Existe um sorriso. Um olhar. Um toque que nos arrepia o corpo e a alma. Um cheiro que sentimos de olhos fechados. Uma voz que nos segura. Um calor que nos atrai.
Quero-o viver, claro. Mas se não for este o destino a que o meu existir se destina? 

Se calhar já passou por mim. Ou ainda estará para vir.

Florbela Espanca dizia:
"Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!"

Certo, a sociedade foi desenha para duplas e duetos.
O remédio é fazer-te valer por dois. E canta-la, a vida!

Se aparecer alguém: ok!
Se não aparecer ninguém: ok!

Porque Ela continua, vai haver sempre vida. Vai haver sempre alguém a cada primavera:

"Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
...
O que for, quando for, é que será o que é. "
Alberto Caeiro

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