sábado, 15 de fevereiro de 2014

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«It reminded me how genuinely romantic I was, how I had so much hope in things, and now it's like, I don't believe in anything that relates to love. I don't feel things for people anymore. In a way, I put all my romanticism into that one night, and I was never able to feel all this again. Like, somehow this night took things away from me and I expressed them to you, and you took them with you! It made me feel cold, like if love wasn't for me!».

É talvez um sentimento de resignação que marca o meu momento. O momento onde caminho já há algum tempo. O momento “ontem”, o “hoje” e o “amanhã”: “like if love wasn't for me”.
Hoje deitei-me no chão, na carpete vermelha que carrega o meu perfume de todos os dias, que eu piso sem lembra-la. Quando o dia cai sobre mim eu caio sobre ela. Há uma calma na teatralidade de me lá sentir, de lá cair, no par de equilíbrio que eu formo com ele… é o meu chão. Fico lá. As idéias, as ânsias e as dores percorrem-me e fazem-me sentir muito mais pesada que o chão pode suportar. Choro-me, choro-te… choro porque sim.

Choro a solidão que me assombra os desgostos que me apanharam, as memórias que revivem em mim.
O chão segura-me, aconchega-me para o mundo. É aquele sítio para onde posso fugir, o sítio onde posso descansar é ele que me agarra e esconde. Eu perco-me na teatralidade mas é ela que me liberta.
No fim daquele ritual sinto-me mais leve, mais clara. Sei que estou nesta estrada e é por onde tenho de ir se me quero libertar.

Metade de mim quer deixar-te, a outra metade tu insistes em agarrar. Hoje estou presa, sinto que me puxaste tanto estes dias que eu quis ceder. Eu também te puxei a ti, há em mim um querer lutar… e um querer culpar-te pela luta. Parece-me mais fácil do que desistir.

«I see in them little details, so specific to each of them, that move me, and that I miss, and... will always miss. You can never replace anyone, because everyone is made of such beautiful specific details.»
No fim, sinto a raiva a moer-me, como que a realidade fosse: “tu precisas-te de mim, fincaste as mãos, cerraste os punhos e seguraste as nossas pontas soltas. E hoje? Foste embora de mãos relaxadas, largaste as pontas e largaste-me a mim… e eu fiquei no canto escuro a ver-te partir”.

Sim, eu hoje estive no chão segura de que não te olho nunca mais, segura que o fim-de-semana vai levantar-me… e segura que Segunda-feira eu fico de pontas soltas na mão à espera que as segures também, porque o “nunca mais” foi na sexta-feira e eu só quero que me vejas outras vez, que me notes… é um ciclo vicioso.
Pelo menos a tristeza é menos pesada, a resignação vai chegando até mim. Começo a aceitar que «how genuinely romantic I was, how I had so much hope in things, and now it's like, I don't believe in anything that relates to love».

Acho que quando me mandares parar já eu estarei parada… «Sei que não vais mudar, que eu vou partir… eu quero quem me queira bem.. pra me construir».

Bom fim de semana,
F.

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