Queremos o espaço, a nossa vida. Queremos a casa, o nosso canto.
A casa para mim, descobri-o agora, é mais do que um espaço. É mais que o meu sofá, a minha cama, as minhas contas, o meu fogão. A casa é isso tudo e as pessoas. Essas não estavam lá comigo.
As pessoas que nos contam coisas, que ficam connosco, que nos ouvem. As pessoas que nos dão alegrias, conselhos, que nos dão nas orelhas. A minha casa e o meu espaço são as minhas pessoas.
Viver sozinho não foi a mais sábia opção, comigo difícilmente é. Salto e fecho os olhos. Não foi pensar com o coração ou com a cabeça, não foi de todo pensar. Foi um passo sem ter em conta o meu pequeno Mundo. Aquele mundo de não saber viver só para mim. Não o sei. Nunca o soube. Gosto de viver para os outros. Gosto muito mais de dar e fazer. Gosto de ouvi rir e ver os outros. Gosto de mim cheia de barulhos dos outros.
Voltei. É isso. Voltei.
Há alguma tristeza. Aquela tristeza do movimento precipitado. A tristeza de ter de dar um passo atrás. A ideia de que errei e iludi-me sobre o que não sou.
O resto que sinto é a serenidade de voltar a casa depois de umas longas férias que já me incomodavam, por não serem excitantes ou felizes. Eram aborrecidas, com alguns momentos calados e sem muito sentido.
Voltei à minha carpete vermelha. Voltei a ter jardim. Voltei ao meu baloiço.
Voltei para as pessoas que só de me verem sorriem e me fazem sorrir. Assim, simples.
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