terça-feira, 24 de novembro de 2015

how to get along with a bitch #part2

Mesmo com dias de intermitência neste monte Olimpo, quando regresso há sempre algo de novo à minha espera. Ou algo de velho? Bem, como o dia se avistava longo, decidi levantar-me com as galinhas, que é como quem diz 7:30h. Bem-disposta não seria a definição real para o meu humor, mas não estava nada mal para quem madrugou (esta escala tem como referência a minha hora normal de despertar: 8:30h).
Toda despachada (como de costume) entro na sala a 4ºC e procuro pelas minhas caixas de placas. Farejo, farejo, e farejo e só encontro uma. Saí, já tinha o cérebro a gelar, 4ºC são 4ºC! Despachadíssima com uma caixa na mão entrei na sala pequena e perguntei se alguém sabia da minha caixa desaparecida em combate? Ah acho que Le Bicth usou essa caixa porque não tinha placas suficientes para ela fazer um ensaio. Levantei o sobreolho (no meu imaginário, porque na realidade não o sei fazer) e aceitei aquela informação. Uma meia hora depois, Le Bicth chega! Vinha com ar de enjoada e de mal com o mundo (nada de novo portanto). Ó Le Bicth tu usaste as placas que estavam numa caixa revestida a papel de alumínio? (era assim que estava identificada a minha caixa desaparecida!)
- Ah, sim, não estava identificada e ninguém sabia de quem era.. precisava das placas e usei. Diz, Le Bicth.
- Certo, mas vou precisar da caixa.. para fazer o meu ensaio. Estava a contar com elas. Disse eu.
- Podes usar algumas das minhas se precisares. Diz Le Bicth.
- Mas, mas eu tinha a caixa cheia! Digo eu em pânico, não ia ficar arder em 100 placas.
- Tira as que precisares. Diz Le Bicth, sem mostrar intenções de me devolver as minhas ricas placas.
- Preciso de 100! Disse eu já zangadíssima.
- Tantas? Assim não chegam para mim... A tua outra caixa também tinha muitas.. Diz-me ela.
- Pois (andou a cuscar as minhas coisas!). Depois fazes mais para te chegarem, num próximo ensaio. Disse eu a sair da porta.

Raios! Ou vou tirar-lhe  placas ou nunca mais as vejo porque ela não as vais verter para mim! Le Bicth contra-ataca. Haja paciência para pessoas preguiçosas e latosas!

Grrr estou capaz de lhe morder!



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

1/2 copo

Íamos a subir as escadas. Estava arranjada, de vestido preto e levemente maquilhada. A conversa tinha como base os últimos jantares informais. Haviam dois nichos dentro do nosso grupo de trabalho. Os adultos e os miúdos. Sexta íamos a constatar que estavamos a subir as escadas para um jantar dos adultos. Enquanto subia, degrau a degrau, aquela constatação fez disparar um incomodo interior em mim.

Disse-o em voz alta. Acho que apenas a S. o ouviu (o meu pensamento em voz alta): "eu não me sinto enquadrada em nenhum dos nichos... Tenho de repensar o meu ser!" Sorri.
Ela riu-se. Eu ri-me. A verdade é que fez ricochete lá no fundo da minha consciência.
Quando saio com a ala dos miúdos sinto-me constrangida com tanta hormona no ar envolvente. Com os adultos aborreço-me. Há momentos na conversa que preferia ali não estar.

Por outro lado, algumas pessoas do jantar eram mais novas que eu. Eu sentia-me mais nova que elas em todas as conversas. O que eu tenho e o que elas têm estão em duas margens diferentes do rio.

Sexta-feira causou-me estranheza. Sábado também. Ainda hoje sinto pequenas farpas debaixo das unhas.





segunda-feira, 9 de novembro de 2015

you rock my world

Vivi um dos melhores fins-de-semana de sempre. Tiago Bettencourt deixa-me em êxtase. Tenho uma paixão platónica pela voz e pela atitude. O concerto no Coliseu foi magnífico. Cantei muito. Tinha o coração em velocidade de cruzeiro. Encheu a noite de magia e euforia. A companhia tornou tudo ainda mais um rock. O melhor de tudo é sentir uma alegria na pequena liberdade que fui construindo. Tenho cada vez mais a certeza que "Há um sítio onde o escuro não chegou e por onde tenho ido. Um rio para me libertar."

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

#MariaCapaz

Saí da zona de conforto à mais ou menos 1 ano. Saí! Precisava de me encontrar. Só a mim.
Como saí e me decidi não sei. Foi natural, acho. Comecei pelo Jazz. Mostrei a mim mesma que ter pé de chumbo não era vida. Hoje sou mais leve. Dou pulinhos como nunca. Leve! Levemente. Depois foi o folclore. Parolo? Naaa... Parolo és tu! Encontrei uma alegria que nem sabia que existia. Encontrei uma parte de mim. Encontrei amigos. Sou mais! Sou maior e sei sorrir melhor. Encontrei-me em mil coisas diferentes. Acho que sou feliz. Estou feliz.

Houve um tempo, muito tempo, demasiado tempo em que vivi sem me Amar.

Esse tempo acabou!… ou melhor, está a acabar, todos os dias um pouco, é um processo longo e difícil, esse, o da nossa reconstrução.                                                          
                                                                                                                                                        Daqui.