Quando a vida nos faz cruzar com a mais aleatória das pessoas.
Conheço-te de te ver lá na terra, desde sempre. Em pequenos momentos os nossos caminhos cruzaram-se. Não temos relação. Apenas somos amigos de amigos. Conhecidos de conhecidos. Mas metodicamente, de tempos a tempos, lá te revejo ao longe. Nunca te falo. Uma vez e outra. E sem razão aparente, vem-me à memória que te vi. Pareces um ator secundário de um filme qualquer em que eu vivo. Complementas o fundo da minha tela. És mais uma árvore que cabe na minha floresta. Uma igual às outras, mas diferente porque sei que já passei por ti. Podias ser uma outra pessoa qualquer que ali estivesse, sem rosto para mim, de guitarra na mão, a cantar, no café ou no palco. Vivemos em mundos aleatórios. E és apenas mais uma árvore. Mas sempre que passo, que cruzo, sei que já passei por ti. Trocamos olhares e expressamos admiração e assombro em sermos o estranho na tela um do outro. Somos retas concorrentes. Retas de um plano que têm um único ponto comum. Com direções diferentes. Sem paralelismo.
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