segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Good Bye Lenin!

Hoje percebi o que não somos. O que nos separa. O que me tranquiliza! Não sou eu que estou a perder. Demorei 16 anos. Não sou eu que sou menos. E tu mais. Sou eu que sou o dobro.

Sou eu que sou cheia. Tu és só cheio de projecções e fios. Preso.

É o querer dar a volta o mundo. Virar o Mundo ao contrário, se for para ser. Seremos o que for, sem ter fim. É eu ter menos do dever  que tu tens pelos outros, que tanto cria um caminho entre nós.

Cheguei aqui. A este lugar. Devo-o aos meus pais. Comprometo-me pelos meus irmãos. Por uma mão de amigos. Mas não me limito por eles. Não me prendo ao chão. Não me rendo à idade e às obrigações. Não sou projecção de ninguém. Sou eu.

Inundo-nos de uma distância. Somos duas linhas paralelas. Concorrentes. Queremos muito tocar-nos. Mas nunca vamos acontecer. Porque eu corro ao som do vento. Tu caminhas ao som de vozes. Eu imagino-me no topo da montanha. Com o nariz gelado. E os pés quentes. Rodeada de uma alegria. Tu, lutas pelo topo da carreira. Eu quero ser Maior. Ter o mundo e ter pessoas. Tu queres tudo certo. Com timing. Com ordem. Eu sou a entropia que tu tanto querias. Tu és um deserto que eu já não consigo cultivar. O clima é árido. E o tempo mostrou-me que não é isso que quero.
  
O meu sonho acordado existe. É para sempre. Um sonho. Estou bem desperta, sobre isso. Foi um sonho bom.

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