Não há forma de dar volta a isto. Acho que já falamos de tudo. Ou de quase tudo. Acho que já nos abordamos com desculpas esfarrapadas. Com desculpas válidas. Porque tínhamos vontade. Porque não queríamos admitir que tínhamos vontade.
É na clandestinidade de sermos amigos à nossa própria maneira. Somos cúmplices sem cumplicidade. Somos íntimos sem intimidade. Somos amigos sem amizade.
Já te tentei reconquistar. Não deixaste. Fugi. Vieste atrás.
Só queres conversar. Confessar os teus medos. Partilhar os teus gostos. Ajudar-me nas dúvidas. Afirmares as minhas certezas. Já não te quero sem ser assim. Com tudo e sem nada.
Não me causas estranheza. Nem tristezas. Nem felicidade.
Não existes. Não és palpável. Mas estás presente. Quase todos os dias.
Não há forma de dar volta a isto.
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