quinta-feira, 30 de maio de 2013

quero partir pratos..

Não é pelas hormonas é por mim. Não gosto de sombras, não gosto de "amigos" à Daniel Oliveira, e também não gosto do Daniel Oliveira. 
Não gosto de fretes e muito menos quando sem alternativa os tenho de fazer. 
Não gosto de ser do contra, mas hoje não há que lhe fazer... A cereja no topo do bolo é a felicidade alheia... esta vai para além do não gosto. Hoje não há mesmo nada que lhe fazer.
O ideal era partir pratos na cabeça de pessoas ao som disto... Partir na boca delas também alegra... mas pronto, mentalmente esta ideia já é moderadamente satisfatória.



terça-feira, 28 de maio de 2013

winter is coming

Pensar que em Junho começam as continuadas dores de cabeça, apetece-me hibernar... até dizem por aí que é tempo disso (meteorologicamente falando).

PS: ando de cabeça enterrada na neve ou melhor nas profundezas de Games of Thrones.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Només # 4

«Només em terras catalãs era palavra negra, palavra só, assim um pouco como ele. 
Sempre o foi, o mar quis assim. Isso fez dele menos certo, menos crente, menos Ele.

Cresceu entre todos os pobres da aldeia e ricos em amor. Correu pelas ruas de mãos dadas com Maria, Alonso e Joaquim. De sonhos alheios deixaram cair por terra o desejo de saírem de Barceloneta juntos. Foram os livros de Només que os fizeram querer conhecer mais e foram eles que criaram fendas que nunca mais se fecharam.

O amor por Maria separou os três e destruiu-os nas suas fraquezas mais profundas. Alonso e Joaquim ficaram presos aos dissabores da terra onde cresceram. Já Només o destino fez-se diferente. Rumou a Portugal sem rumo e de aliança com um galego que lhe deu o mundo, que o transformou, mas que nunca lhe conseguiu concertar o que o mar e o amor lhe causaram.

Depois de homem feito e formado pela Invicta e por Cármen, a irmã do galego doutor Humberto, que criara por ele uma paixão que a consumira a ela e o desgastara a ele, que ditou os caminhos dele. Sempre com o apoio do Doutor Humberto deixou o Porto e abraçou Paris. Aí encontrou os grandes amigos de uma vida. Aí sentiu-se maior. Conquistou a escrita e as mulheres, conquistou a juventude e perseguiu Maria, o seu grande amor. Percebeu, depois do primeiro reencontro que o primeiro amor, aquele que para sempre lhe aqueceria a alma como nenhum que fosse capaz de sentir, era o oásis que se espera e nunca se encontra. 

Foi ali, com Maria grávida por outro homem, menor que ele, que quis abandonar a forma de vida que tinha e encontrar a que o Només carregava. Optou pela solidão numa pequena casa da costa portuguesa. 
Fechado numa vida sem sabor, começou a escrever, aquilo que sempre carregara aos ombros, mas que até ali nenhuma serenidade possuía para o começar a fazer.

Moldou a nova vida e a nova casa ao que vivera na Invicta e em Paris. No acaso e momento de desespero de Matilde, voltou a tocar o mundo. Voltou a senti-lo e recomeçou. Recomeçou por pedir perdão por sucessivos abandonos e não retornos. Percebeu que o amor de criança estava disponível por fim. Optou por não o querer, preferia um coração sozinho que um amor demasiado desejado. Não podia magoar mais ninguém, sabia que o preço seria alto em alguma curva da vida.
Ficou com Matilde, com a escrita e com a vida sem emoções que já não queria nele, porque já era pontualmente feliz.»

A. Jorge Feliciano

sábado, 18 de maio de 2013

Enterramos a gata


Entrei com as pessoas menos certas. As que me fazem sentir insegura, que me fazem sentir a necessidade de estar sempre correcta. Cansei-me e em todos os rostos procurava a saída. Olhei a multidão vezes mil e vi sempre quem não podia. 
Sem querer encontrei-a, a saída do mundo menos claro, a entrada no meu mundo, no mundo do dia-adia. Ali no meio deles e com eles sinto-me bem, alegre, sem nada a provar. Ali entre eles salto, grito, canto, riu sem medos... pontualmente feliz.
Ali, com quem de nada espero senti-me «eu» com toda a naturalidade e simplicidade que reconheço. Vim de peito feito, bifana numa mão e satisfação na outra.


terça-feira, 14 de maio de 2013

Cão - o meu Charlie Brown

Hoje uma das pequenas faz anos, a M. a Cão. Hoje a pequena que gritava por mim a pulmões abertos sempre que eu me afastava 2 metros dela está grande, maior que eu em muitos aspectos.

Entre nós sempre foi fácil, não é só a convivência, lá no fundo há tanta coisa em comum que é bom quando estamos juntas, é único.
Raramente falamos de coisas tristes ou más, só quando não dá mais e o nosso esqueleto rebenta e aí apanhamos os cacos e forçamos-nos a levantar a moral do chão. Preferimos as piadas e as risadas, ser criança com corações de desenho animado.
Não deixámos que os problemas dos outros nos atropelem e mantemos tudo limpinho entre nós, só assim podemos ser o que somos, sempre.

É um amor meu e hoje exige do alto do seu humor que lhe obedeçam, sempre com uma gargalhada pura de quem ama o simples e vê o mundo a preto e branco e que por isso mesmo, só ser forte é que faz sentido!





sexta-feira, 10 de maio de 2013

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A minha ausência sente-se por aqui por não haver muito a dizer. As coisas lá se vão desenrolando ora em modo desacelerado ora em modo "high speed".
Nada extraordinário acontece, nada de novo me encanta. Bem, talvez este senhor me anime sempre que o ouço:

E na realidade nada tenho para dizer! 

sábado, 4 de maio de 2013

Tenho família em 3 cantos... sou nómada no amor

Ele veio, o sol veio! Com o sol vieram as mini férias! O Porto recebeu-nos bem. A mim e à Anna! Passado dois anos foi ali, em pleno Sá Carneiro que vi que nada mudou. Nada, nem o nosso inglês que continua cheio de sotaque, palavras portuguesas e espanholas sempre que o inglês não estica mais. Nada, nem a nossa amizade que parece que parámos ontem dada toda a facilidade que foi voltar a falar, rir e partilhar. O tempo não nos mudou, a nós, aquilo que criamos em Gent, aquilo que fez de Gent a cidade mais linda do mundo, aquilo que fez Fevereiro, Março, Abril, Maio e Junho de 2011, cada um deles, um mês feliz.
Claro que sem o Elias fomos um bocadinho saudosistas, sempre a lembrá-lo, aqui e ali. Foram dias de amizade, como sempre. Ela diz que eu penso de mais e sempre de menos em mim, que não me entende. Eu invejo a simplicidade dela e a destreza que carrega nas decisões, e ela ri-se, com um "come on!".

Descobri que conheço muito mal o Porto e sou a pior guia da história. Descobri que sou capaz de me lançar a conversas com desconhecidos e fazer amigos, assim, porque o sotaque me encantou e porque a beleza era maravilhosa nele. Descobri que há mais no virar da curva e  nada preciso temer, o pequeno-almoço provou isso.

Trouxe-a à minha terra, apresentei-a à família. Aí foi ela que confessou a inveja que sentiu quando me viu tão bem acompanhada. Nunca concordamos num ponto: viver sozinho. Eu gostava mas não o faço porque tenho a família aqui, ao pé de mim, faz-me confusão deixá-los. Ela fez-lo muito nova porque «sim», porque acha que é assim que deve ser. Ontem, quando se despediu de lágrimas nos olhos disse: "now i get it, they are perfect... as you".
Vim embora de coraçãozinho apertado mas feliz, adorei voltar a viver a nossa amizade. Foram 4 dias de memórias e laços criados, desta vez baptizados pelo sol do Porto, o mar de Viana, as ruas de Braga, o castelo de Guimarães e de muita comida portuguesa, com certeza.

Hoje para servir de prova conceito ao que ela me disse na despedida, juntei os dois manos e metemos mãos à obra. Dedicamos a tarde à bricolage. No fim, depois de um grande lanche, o sorriso era evidente, a satisfação era de todos. O baloiço está quase pronto e talvez no próximo domingo eu esteja lá pronta para dormir uma "ciesta".


"The better part of one's life consists of his friendships.” Lincoln , Abraham