quarta-feira, 25 de abril de 2012

tempos sem som

Digamos que, sinto que não sinto mas que deveria sentir certas e determinadas coisas, como o facto de ser 25 de Abril e eu saber que não vi, não lutei nem sei o que significa o lutar contra opressão e a censura. Não sei o que é fugir e estar na fronteira escondida porque falei de mais e a PIDE tem assuntos pendentes comigo...não sei realmente, parece-me tão irreal que parece tudo vindo de um livro (dos bons) as aventuras do meu pai e a sua vida clandestina da época! Só conheço esse sentimento através dos livros e das palavras dos meus pais, da minha avó e dos filmes, relatos de um tempo triste que foi vivido por pessoas tão reais como a nossa família... talvez por essa falta de presença de todas as gerações seguintes que estejamos a viver em águas sinuosas que levam alguns a gritar em modo mute a palavra fascismo... o meu pai diz que o modo mute não tarda ganha contornos de sussurro e que de sussuros passam a motim. Eu cá para mim e para os meus botões não sei não... se continuamos em queda livre sem consciência social vamos embater, é certo! Enquanto que uns apostam que não somos o titanic e vamos continuar à tona, outros afirmam que o iceberg já esteve mais longe...e sim, depois do iceberg veio o motim!
Eu sei que eu não sei o que é sentir esse "salve-se quem puder" e não sei o que é falar em modo mute, digo sempre o que quero mesmo que a seguir me sinta mal com o que disse, mas sei que a esta altura do campeonato era uma humilhação para uma sociedade que vive em modo HD voltar a caminhar em águas de desgraça social... 
O que sei verdadeiramente? Sei que é dia de ouvir Zeca Afonso, de sentir as palavras e de não querer voltar para trás!


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