Não há nada pior do que não ter nada para dizer. Fica aquele silêncio denso que quase nos obriga a falar do tempo, a lembrar o Nuno Markl e os seus desbloqueadores de conversa (ou serão do Ricardo A.P.?).
Têm sido dias de alguns "grandes nadas" para dizer, de algum desinteresse e dor desinteressada.
Não é porque desgoste da pessoa ou pessoas, é pela imposição de compromisso que advém dali.
No fundo as confusões que me assombram, os desamores que vivo são porque no final eu continuo só, continuo assim, livre de responsabilidades, livre de me comprometer. Livre de magoar, livre de ver sofrer.
Não é saudável de facto mas é assim, é o meu modus operandi, é involuntário, mas quando olho para trás é bem real... Todos que implicavam possibilidade eu afastei e aqueles que se viam impossíveis eu quis para mim... um mais que os outros, mas assim o foi...
Não é saudável de facto mas é assim, é o meu modus operandi, é involuntário, mas quando olho para trás é bem real... Todos que implicavam possibilidade eu afastei e aqueles que se viam impossíveis eu quis para mim... um mais que os outros, mas assim o foi...
Agora perante esforços alheios à possibilidade de existir, eu nada tenho para dizer e não há nada pior do que não ter nada para dizer e mesmo assim ter de o fazer:
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
«Não Digas Nada!», Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
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