sexta-feira, 9 de novembro de 2012

dança dança #2

Missis Freckles deitada na cama, coberta por 1001 cobertores e de cabeça encolhida fala das dores musculares, nos hematomas nos ombros, nos antebraços e nos joelhos. Deixa-se ir e confessa-se. Isto de dançar anima-lhe  a alma:
«Estava no -1 e no meio de carvão, um dedo apertado e máscara por causa do pó, o youtube faz-me companhia. Cismei em determinado tipo de musica e fiquei ali presa entre pó preto e música folk. Isto porque, ainda não é do conhecimento geral, porque a maioria das pessoas ri-se na minha cara, mas vá: pratico dança contemporânea. Sim sim, sei o que o António Raminhos acha sobre o contemporâneo.
Então gosto de me imaginar uma bailarina, livre e tento ao máximo não pensar muito sobre como as pessoas me olham quando me "balanço" e tento esticar um perna, encolher a púbis e empurrar o cóccix para o chão. Usar a força abdominal que consigo, redopiar os ombros no chão, passar os braços por baixo do corpo e deixar o movimento fluir sem muita premeditação anunciada, porque a ideia é ser o mais natural em nós possível.
Sendo eu desajeitada e sem qualquer formação no âmbito da dança ou arte, acabo por me divertir mais com a minha falta de jeito do que com outra coisa mais... Bem, na verdade, se assim fosse não seria bem o meu ponto alto da semana. Entrei lá de cabeça cheia, várias vezes, e saí leve que nem uma pluma.
Acho que me apaixonei por isto!»


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