domingo, 31 de março de 2013

Mind the Gap: Se ele não vai é porque não está, que isto as coisas são como são



«Se ele estiver mesmo apaixonado, minhas senhoras, podem ter a certeza que irá convosco até ao fim do mundo, só porque sim, só porque não há como não ir.» Daqui!

assim se fala em bom português na casa de banho

Freckles vai à casa de banho de uma bar e como sempre está fila para o género feminino e vazio para o género masculino. 
Pensa «Dammit, sempre a mesma história!». Duas jovens-ó-parolas retocavam o batom e contrariando a minha apreciação negativa sobre a forma como elas estavam vestidas e todo o aparato que respiravam, mostram-se amáveis e disseram-me:
-Olha podes ir à dos homens - diz uma.
-Nós vigilámos - diz a segunda.

Eu agradeci  levantei imaginariamente o sobreolho, uma vez que não tenho a habilidade de o fazer, e pensei: «Ca-burra, é vigiámos que se diz!». 
Enquanto eu libertava águas produzidas pelo fino que bebera, elas arguiam entre si sobre a calinada (suposta) que a segunda jovem teria cometido, debatiam-se entre o vigiámos, vigilámos, repetindo até se baralharem. Calaram-se.
Pensei, foram embora e no meio de tanto erro gramatical esqueceram-se de vigiar.

Termino o meu serviço, arranjo o vestido, saio e estão as duas à minha espera de olhos carregados de eyeliner a olharem para mim:

- Como se diz: vigiámos ou vigilámos? - pergunta a primeira.
Freckles responde prontamente de sorriso tímido e sobreolho imaginário levantado: - Vigiámos!
-Somos mesmo burras - diz a segunda.
- És, eu só não te soube corrigir - diz a primeira.

O meu sobreolho imaginário ficou levantado toda a noite com a resposta da primeira!

Insatisfeita, fui verificar se eram tudo um erro ou a língua portuguesa estava a fazer das suas. 
Afinal, a segunda não estava errada e a primeira não precisava de "ajudar" já que vigilámos existe: Pret. Perfeito (indicativo): Nós vigilámos

Aprendi uma coisa nova na casa de banho: Armei-me em Chica-Esperta.Valha-me Deus!


sexta-feira, 29 de março de 2013

Olha, quem tem muito riso, sabes, tem pouco juízo!

Sexta-feira Santa dia de limpezas em terras a norte de Portugal. Tira-se tudo que a casa possa abarcar incluindo teias de aranha e cotão, escondidos nos recantos da casa. 
Tudo de pantanas, tudo pronto para ser regado a lixívia e a líquido amoniacal, capaz de irritar a garganta durante 3 dias, mas nada nos detém!

Aspirador sempre ligado e desperdício de água acentuado para lavar passeios e escadas, pés olhados e calças arregaçadas.
Braços doridos de suportarem panos e vassouras todo o Santo dia. Mãos cobertas de cieiro, ásperas porque as luvas é coisa de coquete, e aqui só há mulheres do norte, sem pêlo na benta, há que salvaguardar!

Foi um dia Santo! 
Rimos em quantidades alargadas, as três, mais do que havia para limpar. 
Rimos porque a M. deitou Raid Anti-Mosquitos em vez do banal Pronto limpa móveis no móvel de entrada.
Rimos porque eu parti o espelho pela segunda vez consecutiva, melhor dizendo, o ano passado estalei-o e este ano arrumei o assunto, partindo-o de vez. 
Rimos porque cantamos rancho, músicas da igreja, Marco Paulo ou  Roberto leal a pulmões soltos. 
Rimos porque a M. espirra para o bairro todo ouvir e a factiosa e nerd da L. sabe sempre um facto interessante para brindar o momento, dando-nos motivos para a gozar com ela. 

Depois aparvalhamos com tudo: 
- Mjei é um bom nome para pseudónimo. Diz muitas vezes ó parva, mas sem rir! Assim mais vale tares queta!
- ó cala-te mazé, tou txeio de tou-bir!
- é humidade, soubesse uma tinta!
.
.
.
 e nunca mais parámos de inventar, até o verdadeiro pseudónimo surgir do meio de risos e gritinhos!

Havia tudo para limpar na casa da avó, mas mesmo assim parece que só rimos. 
Rimos de tudo, como as crianças que somos quando estamos as três juntas. 
Sim, foi Sexta-Feira Santa. que terminou com a Pi de braços na cinta e chapéu de pescador enfiado até ao nariz por causa da chuva a dizer-me: Olha, quem tem muito riso, sabes, tem pouco juízo! 






quinta-feira, 28 de março de 2013

Sugar free

É de bolacha de água e sal mergulhada no iogurte natural que sinto estranheza nas faces alheias. A estranheza de quem não entende como eu, ser extraordinário o consigo fazer, e ainda ter um certo prazer em fazer deste conjunto o meu lanche.

Existe de facto muita estranheza em mim, a intolerância ao açúcar é apenas mais uma, apesar de ser apenas mais uma, é aquela que eu acho mais feia. Feia e inconveniente! 

Ora, é um problema peçonhento sempre que alguém me convida para um copo. Nesse copo ou tenho cerveja, porque não é doce ou água. Não pode ter um vinho, uma vodka,uma cena normal e mais elegante que uma cerveja.

Ora, é um problema peçonhento sempre que alguém me convida para um simples gelado. Não posso comer gelados é doce, tem açúcar .

No meu aniversário não como o meu próprio bolo (sim sim, posso fazer um sem açúcar, mas eu gosto das pessoas que me cantam os parabéns, não lhes quero mal nem os quero a comer um bolo assim).

Não como um chocolate quando estou cansada, deprimida ou simplesmente porque me apetece. Não o posso fazer e também não o sei, para ser sincera.

E sobremesas após um jantar de amigos, de família, de trabalho? Eu bebo café sem açúcar antecipadamente ou como restos de pão que pousam sobre a mesa, para não ter a boca vazia enquanto outros têm orgasmos de açúcar.

Piora? 
Piora!
Quando alguém pergunta porque não como,porque não quero...

Dizer que estou de dieta não cola, explicar que não me apetece não funciona, contar esta deficiência em mim deprime a mim por ter de ouvir «a sério? nada? coitada? quem me dera, assim não engordava.. hmmm pensando melhor, mais vale engordar, é tão bom! Não sabes o que perdes!» e aos outros porque vêem na minha cara que não gosto da estranheza que se estende na cara de quem pergunta.

Caros, a vossa estranheza faz-me sentir frágil! Sinto-me frágil! 


quarta-feira, 27 de março de 2013

Todo um drama, vamos ao teatro?

Acho que não respiro! Se respiro não o sinto, lá tenho tempo para tal movimento involuntário que o meu corpo se decide a executar. Se ele não me consulta para o fazer, porque diabos hei-de eu sentir-me apoquentada se em estado de consciência algum eu pudesse deixar de o fazer?

Há todo um teatro nessa questão, que este corpo representa o movimento, mas sem público não respira para nada e sem a equipe técnica que bombeia todo este fluxo de emoções e acções, escondida pela cortina vermelha de veludo que cria o clima de suspense ao mínimo movimento que é obrigada a executar pela maquinaria que a suporta, vemos um grande nada sem coração. Que neste corpo a teatralidade nunca acabe e a magia nunca se perca!

Já agora, que horas serão, meu Deus?


sábado, 23 de março de 2013

B-Day: Fresca, brisa, moira encantada/ Vira a proa da minha barca

Rewind one day - reflecte Freckles:

Hoje 22 de Março de 2013 comemora-se neste canto do mundo 1 ano de escrita eloquente, sábia, certa, nunca errante! A gestora cá do sitio, Je, Eu, Freckles, the Queen, Freckles a princesa de meias cor de rosa,  reencosta-se e pensa que está orgulhosa de ter quebrado a barreira e ter-se juntado a este vicio parvo de escrever para o Além. 

Desde o primeiro Post super secreto que só a Ana sabia que existia, que a mesma Ana incentivara a Sentir-me aqui, até hoje! Hoje, dia de lançar confetes, rebentar balões (desde que seja longe de mim, detesto balões) e outras coisas mais, desde que extremamente festivas!
Desde o primeiro Post super secreto até  hoje que algumas pessoas sabem que eu o faço, que eu escrevo o que me incomoda, o que inevitavelmente me passa pela cabeça, que me inunda o cérebro, bom ou mau. Sei que muitas vezes pondero sobre o que vou escrever, tenho de o confessar. (Freckles a sensata!)

Gritar ao mundo que nos conhece o que se pensa sobre TUDO é um risco, é um tiro no escuro e já não o faço como no início. Nunca sabemos verdadeiramente as intenções de quem nos aborda e nos quer por perto, mas mesmo assim confiamos, eu pelo menos ainda o vou fazendo.

Está claro e translúcido como a água que TUDO que nos rodeia afecta-me, a dita e monótona resposta: acção-reacção, ora vou reagindo com o girar do Mundo. Hoje o que é certo não o foi certo, e nesse passado, balizado em 365 dias, mostra que a vida é todo um drama, toda uma tragédia, toda um horror. (Drama Queen Freckles I [the first]).

Acho que nos 365 dias, após 365 dias, a vida é um sorteio como aquele do Preço Certo, que com a força toda nos debruçamos sobre a roda, que com toda a redundância roda ao som da plateia, a bater palmas incessantemente, e no fim esperamos a pés juntos, com muita força mental aplicada naquele objecto, que a sorte esteja do nosso lado e que nos empurre para a Montra final.

Um ano! Óbvio que me fui incumbindo de proteger situações, pessoas ou sentimentos que possam incomodar pessoas que são importantes ou mesmo proteger-me a mim de ser idiota ou extremamente fixe.

Claro que as minhas achegas e queixinhas vêm sempre camufladas por parábolas, metáforas e entre-linhas, pois o que é a vida (que roda) sem um bocadinho de trama, drama e baldrocas?

Queen Freckles está de PARABÉNS e o resto é Fado!

«I say to you today, my friends, even though we face the difficulties of today and tomorrow, I still have a dream.» Martin Luther King Jr.; August 28, 1963 (I Have a Dream)

quinta-feira, 21 de março de 2013

café J

Ouvindo Vengelis - Chariots of fire, acabo de acabar a maratona blogueira em Factos de Treino, sinto-me melhor um bocadinho. De dor de cabeça horrível vá lá se saber porque raio hoje me dói a moleirinha, só sei que dói e que estou lá em baixo, no poço a chorar interiormente pela mamã!

Para ampliar esta dor lembrei-me, melhor dizendo o Factos fez-me lembrar tragédias de sábado no café J, com velhotas e baba à mistura.
Café da terra onde se junta comadres.  Onde todos sabem o meu primeiro e último nome e tudo que faço na vida, ou pensam que sabem. Onde vou de pijama tomar o café depois de almoço. Onde metade do café me trata pela segundo nome de forma carinhosa e em tempos, eu pequena de colo, pedia moedas para jogar na máquina de tetris.

Estando o senhor meu sobrinho no meu colo a lambuzar-se com o seu bombom de fruta, no café, quando uma amiga, vizinha, conterrânea, começa a fofocar com  a minha mãe. Alheia ao assunto pois estava mais interessada no sobrinho, de baba em fio pelas mãos fora e em cima das minhas pernas, quando a mãe Pi de olhos semicerrados e sardas direccionadas a mim, pergunta:
- ó Freckles (não assim, usou o meu primeiro nome de forma carinhosa) de quantos meses está a tua M (minha cunhada, nora dela, portanto)?
Freckles responde prontamente, interessada no assunto, porque caminha para o 3º sobrinho e sente-se uma tia orgulhosa:
- Não sei bem, mas 4 mesitos, deve andar por aí!
Mãe Pi e vizinha, amiga e conterrânea continuam a falar e eu volto para a imundice do bombom de fruta ja á em cima da mesa.

Entra a filha da amiga, vizinha, conterrânea no café, grávida e de barriga redondíssima de uns belos 7 meses. Freckles olha e pensa «Jasus, credo, tão nova! Esta gente só pensa em procriar!»

Amiga, vizinha, conterrânea decide dizer:
-ó Freckles (não assim, usou o meu segundo nome de forma carinhosa) já também te fazias à estrada, não? Num acha Pi?
Freckles vermelha como um tomate e mãe Pi encabulada! Freckles tenta arriscar um:
- Eu ainda sou nova! Tenho tempo!
Amiga, vizinha, conterrânea decide aplicar-me um knockout:
- A B.inha é mais nova que tu! Não te desculpes! Parece-me que limpar a baba que não é tua te chega! 

Já não me saiu nada pela boca fora, já no pensamento chamei-lhe umas quantas vezes «Vaca» ao que a minha mãe telepaticamente ouviu e reprovou, olhando para mim com cara de quem me ia dar uma bicada.

O meu sobrinho decide rematar a conversa e dizer:
-O bombom é fruta. A titi é uma gaja!

Levantei-me e saí porque a gargalhada telepática foi muito grande para ficar contida.

terça-feira, 19 de março de 2013

Just Say No

Sinto que de alguma forma te chateei. Tentei ser expansiva e séria no que te escrevi. Tu ficaste evasivo e deixaste de me "chatear". Ser crescido dá nisto MD. Há alturas que rir é o melhor remédio e eu gosto disso, de rir, de ti e contigo e assim podemos fazê-lo, rir e sermos amigos, só amigos. Ser amigo de tudo é muito mais fácil.

A imagem do estádio, da ria e de ti, muitas vezes misturam-se entre elas na minha mente, principalmente quando te quero lembrar. O mais estranho de tudo é que nunca te vi lá, mas mesmo assim faço essa ponte entre imagens, de alguma forma pertences «lá». 

Não sei se foram os Pássaros de Seda (R.L.F.) que li, ou o BoardWalk Empire que ando a ver, que me andam a consumir. Andam a juntar bocadinhos de desconforto na minha mente, a fazer meditar sobre arestas que limei e me custaram limar, como quando uma unha parte até ao sabugo e limar vai ser doloroso, mas tem de ser, ou passa a pegar nas camisolas, nas meias, em todo o lado e assim ainda incomoda mais.

Não faz sentido que sinta a necessidade de te pedir desculpa, não faz sentido que te queira proteger quando tu mo "gritas" que não precisas, que estás seguro de ti. Sei que sabes separar tudo tão bem, que chego a pensar se o fazes por insensibilidade total. 

Acho que estou habituada a agradar e a ser educada a um ponto tal que me custa largar os maus hábitos  de dizer que Sim. 
- Olhe vou passar-lhe o carro por cima do pé, não se importa?
- Não não, força, eu sou forte e dor é coisa que não me assiste!

Largar os maus hábitos de dizer que Sim, mesmo quando era o Não que me devia sair pela boca. Começo a sabe-lo fazer com algumas reticências, mas acho que já não era sem tempo.


sábado, 16 de março de 2013

Quando vier a primavera - um poema por semana

Adoro o programa! Hoje venerei o programa! 
A voz voz límpida e sedutora do Pedro Lamares fez-me pairar nas ondas das palavras... ainda mais com o bónus daqueles olhos, do rosto dele, da expressão delicadamente unida ás palavras. Derreti-me! Derreti-me ao ao longo de uns míseros minutos que assombraram a minha alma com um dos mais belos poemas do Pessoa. 
E Sim! "O que for, quando for, é que será o que é", e assim se aproxima a Primavera.

Quando vier a Primavera, 
Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. 
Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma 
Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo. 
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é. 

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" - Um poema por semana, RTP  com Pedro Lamares

I want to live like common people

Vai tudo bem. Vai tudo sem grandes agitações. Vai tudo andando.
Deixei ir andando os 11 passos, acho que ultrapassei o quarto e em velocidade de cruzeiro vou amanhando as águas mais agitadas do oitavo. Vou tentando as emendas, vou deixar as passinhas do Algarve, o drama, a tragédia e o horror para outros dias.
Nestes dias penso em deixar-me cair no sofá. Penso nos livros que quero ler. Penso em dias de sol. Penso em música e nos festivais de verão. Penso em mudar-me. Penso em tornar-me common people:




quinta-feira, 14 de março de 2013

(e)feitos colaterais

Depois, antes e após, ainda se sente a onda mediática sobre o mais recente chefe da igreja católica, seguem-se alguns efeitos:
  1. Pesquisa detalhada sobre Jesuítas... As bases dele podem e devem reflectir o que ele, ou as ideias dele suportam,
  2. além dos feitos e efeitos que teve como cardeal, e o que fez até aqui, numa era em que teve muito mais sangue na guelra...
  3. Planos para o futuro (a pequeno prazo, visto a idade não dar para grandes aventuras)...





terça-feira, 12 de março de 2013

Karma police, arrest this girl

Mergulhei de cabeça no trabalho e ao contrário da avestruz quero muito sacudir e desenterrar a cabeça. Quero voltar a ter tempo para os blogs, para o chat do gmail, para os almoços em alvoroço, para o lanche animado. 
Quero voltar a sonhar acordada!

Quero voltar a sentir-me, a estar lá inteira. 

Sou metade no café da manhã, cansada e com sono em atraso que me deixa calada. Sou um stress ao almoço, porque me falta fazer isto, aquilo e já estamos a meio do dia e... 
Há dias em que não lancho e nos que lancho o cansaço arruma-me das conversas animadas. Entro em casa com as 20h. Janto em poucas falas e vou descansar um cérebro que mesmo a dormir só pensa em gestão de tempo e multitasks... Para ajudar à festa a gripe não me larga. 

Belos tempos estes: karma's a bitch!




sexta-feira, 8 de março de 2013

route 66


Ontem dei por mim a não dar-me conta que tinha um objectivo, ou que tínhamos um objectivo. Dei por mim ausente de propósitos, dei por mim alheia ao que me propus, ou melhor, dei por mim incapaz de me lembrar do que prometi pensar, sobre o que me propuseste. 

Deitei-me com o sentido que hoje queria escrever sobre esses 10 minutos em que não estive consciente, sobre esses minutos em que me deixei ir.

Hoje já no carro não quis ouvir Jassie Ware e o seu Wildest moments, deixei o acaso guiar o meu momento musical de casa ao laboratório

Voltei lá, aos 10 minutos:
Estava eu na Route 66 de lenço ao pescoço, cabelo selvagem e baço do sol, do pó e da exausta e alucinante viagem que foi chegar ali, ao cadillac ranch
Jeans rompidos, rasgados, mais largos do que deviam ser, porque curtir é bem mais importante que comer. Camisola justa, a famosa manga cava de algodão, com vestígios de terra no branco que era suposto vestir-me. As All Star azuis, sujas, rotas, companheiras.
Sardas, muitas sardas: na cara, nos ombros, nos alvos fáceis do sol. O riso da aventura impresso nos lábios e o vazio de regras, sem objectivos, de sentidos abertos e muitos gritos de alegria… Just ride.
Etapa por etapa, da Califórnia a Chicago de braços no ar, de vento na cara, de cabelo solto, de liberdade em mim. O meu coração bombeava para aquilo, para os meus sentidos sugarem cada estimulo que a aventura fez em mim. De alma limpa!

Foram 10 minutos assim, em transe e fui dormir, se calhar a Amorim falou nisso e a minha vontade fez o resto. Hoje mudei de música, sem ter muita consciência, mas fiz-lo, voei novamente e quase tive um acidente com a distracção.

Mudam-se as vontades, mesmo que os tempos insistam em não o fazerem... sente-se o burburim da mudança para onde quer que olhe.

terça-feira, 5 de março de 2013

Shiver


«Querida S,

O mais difícil é queremos sem riscos. O mais difícil é viver sem medos. Depois vem o mais complicado: crer no chão onde vamos apoiar os pés, e realmente sentir que foi ali que assentar o mundo fazia sentido. Sei hoje onde acento o meu mundo e parte dele em pessoas diferentes. 

Com o mais difícil e o mais complicado entre mãos, parece que no fim dessa linha se avizinha uma palavra mais animadora, o que pode ser pior? Afinal tínhamos o pior, e o pior é perceber que o mais difícil e o mais complicado vivem em nós e naquilo que fazemos os outros reviver em nós.

Quando nos prendem a cara entre mãos e tentam contar-te que não és só tu que batalhas, que não és só tu que choras e danças sozinha. 

Quando me prendeu entre mãos e deixou o álcool libertar aquilo que sóbria nunca foi capaz, o meu mundo caiu-me. Quando o fizeste vi-te a tristeza e quis perder-me nela e ajudar-te a sair daquele sítio escuro. Pior que a minha dor é a dor de quem me está no meu coração, tu estás no meu coração S., como poucos.

Nunca mais o vou olhar da mesma maneira porque te magoou de uma forma que eu nunca o permitia se o soubesse, tu és inteira e ele demorou-se a valorizar. Se o soubesse nunca lhe tinha sorrido e o desejado para ti e para sempre e tu escondeste porque me conheces.

Nunca falas, nunca deixas cair os braços em mim, tu nunca baixas a cabeça na minha frente, tens medo que te veja mais pequena. Não, nunca, sabendo que nunca é muito tempo! 

É triste dançar sozinho, não ter um pedacinho de pele onde deleitar a mão, um pedacinho de calor onde encostar a cabeça. É difícil, complicado, pior e triste, mas dizem que é por um bem maior. 

Disseste para lutar, porque tu lutaste e vais conseguindo. Pediste-me para aprender a conquistar com aquilo que não tenho. Ri-me e tu não desististe dessa ideia, agarraste-me e disseste que eu não podia desviar o olhar. 

Pequenina eu não posso desviar o olhar, mesmo que me prendas a face nas tuas mãos, mas a verdade é que me deixo ir na maré, lutar não, por agora não o aguento e não me faz falta o amor, mesmo que digas que sim. 

Sempre fui de sonho fácil, cor-de-rosa, comédia romântica onde tudo é simples como o plantar da batata. Tu não, tu gostas de grandes narrativas, de aventuras fantásticas mas levas no coração a simplicidade. 

Nunca me vou superar essa coisa chamada insegurança, a lágrima fácil e sonho de um amor simples. Eu sou de impulsos e intensidade, tu não, tu és maior que eu, eu vejo-te assim e não me importo nada, fico feliz por saber-te tão bem e por ter-te no meu coração. 


domingo, 3 de março de 2013

weekend plus 1

Foi um fim de semana feliz. Um sábado feliz!
Contudo, porém e apesar de ter desejado ser invisível em alguns momentos. Contudo, porém e apesar de ter desejado ser surda a algumas conversas. Contudo, porém e apesar de ter desejado ser cega em algumas situações. Contudo, porém e apesar de me ter imaginado acompanhada, só para os outro não me imaginarem tão sozinha. As vezes pareço mais pequena por não ter "plus 1", mesmo quando estou de saltos... Contudo, fui feliz, foi um fim de semana feliz, um sábado feliz, pontualmente.


sexta-feira, 1 de março de 2013

panicar: é dia de seminário!

É vê-la a panicar. E vai, Freckles panica! Sente o frio na barriga e passa para o cérebro processar o momento. Cérebro processa e define: é só um seminário. Freckles respira. Volta tudo de novo e Freckles volta a panicar, e pensa no aproximar da hora. E vai! Sente calafrios e só quer saber respirar normalmente . Pensa numa música para relaxar, nada lhe ocorre. Panica porque lhe deu uma branca! São os nervos! Pensa novamente numa música e nada! Pensa em poses de poder e sabe que vai correr tudo bem! Não sabe mas diz a si mesma para não panicar o dobro. E vai... Vai à vida dela ensaiar o power point para não ser muito mau! (leia-se em forma de relato de futebol, tem muito mais piada). 

Esta tem um efeito positivo em mim!