sexta-feira, 31 de agosto de 2012

consultório: open 24h per day!

Está baralhada! Deveria ela ter seguido um emprego no qual ouvisse pessoas? Diz que não tem jeito, mas só lhe falta ter na porta uma placa com o primeiro e último nome dela a informar que ouve pessoas. 
Eu não sei, mas ela diz que não sabe ouvir, diz que é distraída e muito centrada no que lhe interessa. Diz que é sensível e ver as pessoas tristes a faz ficar triste. Se é assim, eu concordo, ela não devia ouvir, mas o sinal na porta está lá à vista de todos e só ela não o vê, porque as pessoas continuam a bater-lhe à porta. 
Se calhar é porque ela não tem nada para ensinar, porque nunca esteve lá naquela situação, nunca viveu para uma outra pessoa de uma forma que a maioria vive. É um ser com pouca experiência e talvez saiba ver de uma perspectiva pouco comum. Não sabe das coisas e no fundo é mais útil aos outros assim. O que sabe leu, ou viu os outros viverem ou contarem-lhe. O consultório tem andado cheio e ela a tentar bater com a porta na cara das pessoas. Tem muito medo de ficar sozinha porque sabe de mais o que não viveu, porque sabe o que vem a seguir aquele trecho da história, porque alguém já viveu e veio contar-lhe. Já não acredita na espontaneidade do dia a dia e considera previsível os movimentos das situações sem as viver. O consultório esteve sempre aberto e ela tem muito medo e não sabe como lhe aconteceu. Até o escuro a assusta! Assim nunca vai ser feliz e vai ter sempre pessoas à porta.

Alô, fala Ducky, doí-me o coração!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

capitão romance

Missis Freckles está esquisita,  Ducky não para de escrever, e o Hélio? Esse deixou-nos e a nobreza dele faz-se sentir a cada dia que passa. Ele dava sentido à viagem. Missis Freckles não o agarrou e deixou-se ficar sem leme e sem lema!
Não sabe se quer voltar porque quer partir. Não sabe se ainda gosta disto. Acha que quer voar mais rente ao chão sobre searas douradas e sentir o vento empurra-la devagar contra o chão. Não pode procurar quem espera porque é dourado como os cereais quentes e venenoso como o cianeto, e por o querer mais que a vida, conta naufragar.

Assim: só me apetece ganir!






sábado, 25 de agosto de 2012

Missis freckles is back!


Allô, fala Snoopy, missis Freckles dorme a sono solto!

Sim, ela está de volta sim, com ar magro mas de quem foi feliz, mas quando olho para ela também vejo sono, olhos enterrados e pele queimada nos ombros, deve ter dormido pouco ou mal, e usou pouco protector solar, certamente.
Os discursos que faz sobre os terrenos que visitou em terra de gente caliente são confusos. Salta de assunto em assunto com entusiasmo, fala do maior da aldeia, que foi tão grande lá, mas tão grande que aquela terra é famosa por ele e que morreu estupidamente atropelado pelo eléctrico num dos seus passeios pela cidade. Pela forma como o disse, senti que a morte dele tira-lhe algum brilho, pelo menos é isso que entendo quando ela de voz inflamada, mas sempre fina,o mencionou.
Fala cheia de alegria da forma ordenada da cidade, porque é fácil circular e torna a cidade bonita e organizada. Eu acho esquisito ver tanta organização, ora se tudo está demasiado direito, quase que parece feito para os turistas virem satisfeitos e de barriga cheia, mas pronto, ela gostou.
Trás mais de uma resma de fotos, é uma exagerada e certamente com descendência chinesa. Nas fotos vê-se turistas em bando e suor na cara das pessoas, pelos vistos esteve quente, tipo África, e o sorriso dela de orelha a orelha, deve ter arranjado uma tendinite na boca de tanto sorriso. Com desdém fala dos indianos, pelos vistos os indianos são os chineses portugueses, vendem tudo e são parasitas da sociedade daquelas terras, abordam os turista com muita frequência e ela não gostou.
Agora dorme, devem ter sido dias intensos, parece-me, mas ela dorme sem razão nenhuma, portanto posso estar equivocado. Deixa-la lá, final de contas está de férias.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

minar, bem perto de si

Hoje falo eu. Falo eu e deixo de lado as vozinhas malucas duma cabeça em retalhos.
De cabelo desalinhado, porque pentear continua fora de hipótese sinto-me de férias, sem horários e de olhos pesados porque as horas de sono não mais que as que tive acordada.
Se calhar é isto que o telemóvel o o portátil sentem quando estão ligados à ficha, uma mistura de cansaço e satisfação, mas mesmo assim neste universo paralelo que habito, continuo ligada ao mundo e aí, percebo que ainda faço parte e continuo a querer ficar, a querer interessar-me.

Chamou-me atenção uma coisa, achamos mesmo que é mais fácil estar com quem facilmente está longe de nós?
Porque de facto, quando deixamos de comer uma coisa que gostamos, numa próxima vez sentimos satisfação extrema de voltar a come-la, e pensamos "gosto tanto". Na realidade se passarmos a comer frequentemente o que foi extraordinário, rapidamente passa de bestial a besta, é bom mas é ordinário. Então e depois? Fazemos isto com comida, não há grande crise, comida não sente a trinca que lhe demos, podemos sempre comer um "limpa paladares".
Pessoas? Assunto totalmente oposto, quando deixamos de estar presentes porque é mais dificil coabitar, devemos esperar o quê?
Duas coisas, da parte do homens: nada, nem bom nem mau, um simples nada. Da parte das mulheres: terreno minado! Porque o hipocampo delas é maior, logo, trás ancorado uma maior capacidade de memória E sendo este o género que adora detalhes e comunicar, torna-se inato minar o terreno.

É, Snoopy fala Freckles, as estrelas voltaram!


terça-feira, 14 de agosto de 2012

não há estrelas!

Fala Snoopy... está mau para estar na casota à chuva!
Nota do dia (rápida que as chuvas ácidas fazem mal ao pêlo) que veio lá do interior das maratonas do sofá, as matinais:
Sim, queixares-te a mim só te vai trazer silêncios. Vou ouvir mas nada mais que isso porque sim, é ruim!
É ruim optar, é sim!É ruim optar e sofrer consequências, é sim!
É ruim alguém sentir menos feliz com as nossas atitudes e nós sentir o terreno hostil. Eu sinto-me hostil com o tempo, chuva para escrever à máquina é ruim, é sim. Tenha as patinhas enrugadas da humidade, mas tenho de saber a aceitar a consequência de quem prefere ver as estrelas, pena hoje elas estarem tapadinhas com as nuvens escuras de inverno.
Ás vezes basta explicar, outras aceitar e entender.
Ducky, fala Snoopy, vou até lá dentro que sinto o pingo a afectar-me o faro.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Freckles? fala Snoopy

Férias excentricas: Cabelo wild, escovas e pentes só no banho! Poucas palavras, mais riso. Chapéus, sim muitos chapéus! Sol caso ele apareça. Sofá, quantidades estrondosas deste ingrediente secreto. Filmes, maratona deles. Quebrar barreiras, principalmente as mentais. Lembrar muitas vezes: de férias, principalmente quando os níveis de açúcar tenderem a subir. Livros, sim, livros. Séries, desta vez vou passar. Música, é, não dá para viver sem ela. Voltar aqui? Ducky de férias intermitentes, Hélio livre e imprevisível, eu Snoopy, se as estrelas do céu não me prenderem à casota. Vou verificar e já volto, até já!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

é


Portanto, é tempo de criar a personagem animada que as pessoas vêm em mim quando começo a falar. 
É tempo de lhe dar vida, deixa-la voar, ora não tem asas, não faz sentido que assim o seja, mas onde está a razão em ter um Parasaurolophus dentro de mim como desculpa para ser mais louca, ou mais eu? 
Quando penso em personagens animadas o Snoopy parece bem, sou fã dele, ele é escritor e dorme no telhado, gosta de incorporar outras personagens e consegue sempre ser imponente. 
E ele está todos os dias comigo, guardador de identidade e gestor financeiro e como Charles Schulz diz e bem: “He can win or lose, be a disaster, a hero, or anything, and yet it all works out. I like the fact that when he’s in real trouble, he can retreat into a fantasy and thereby escape”. 
Mas por muito que eu goste dele e o carregue na minha mala, não, não sou um Snoopy. Mas ele poderia ser muito bem meu amiguinho imaginário, não Hélio, não te irei trocar, tu és o gás da minha vida, és tu aquele que me altera a voz de tanto majestoso e tão nobre que és. Nem toda a gente tem níveis completos de energia e mais, tu não te misturas, és inerte, és fiel a ti mesmo.

Agrada-me: Hélio o imparcial, de um lado, Snoopy o escritor, do outro. Os três mosqueteiros resultaram e não tinham nenhum elemento nobre. Á luta camaradas, badajó à vista!

aos ésses




Ando às voltas com isto, escrever, não escrever, ler e não ler. Gosto e sinto falta, como um pedacinho perdido quando não o faço é esquisito para mim. O problema de escrever é não ser sempre, é quando alguma coisa o quer. Vamos chamar-lhe: “missis freckles: ducky is inside of you”. Vem e vai e construir alguma coisa que faça sentido no meio de tantos retalhos não é fácil.


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

busco mas sem faro



Em Busca do Vale Encantado ou The Land Before Time de 1988. Pontuação no IMBd: 7.1, Je: Ducky – “very sweet, optimistic and innocent personality. She is gentle and sympathetic, and often tries to make or keep peace during group conflicts”., isto o que está dentro. O que está fora é alguém mais resmungão, armada em muro e sem calcanhares de Aquiles. Claro que ter um muro e gritar do lado de dentro, segura porque o muro é alto, é tudo mais fácil e menos belo. É ando às voltas!

“Ver, e mais guardar/ De ver outro dia,/Quem o acabaria?"


Juro, sobem- me os níveis de açúcar! 
É sempre mais fácil ver as coisas do nosso canto, senti-las como já estamos habituados a sentir. Eu prefiro ver-me frontal e sem problemas de aceitar críticas, mas não. Não idolatro quem me critica, compreendo que precise de um travão e vou permitindo que mo coloquem. Mas também não posso deixar de ser isto, presente eu, para um soft de outra pessoa sentir-se mais.
Há quem diga que tenho uma personalidade forte e acabo por impor aquilo que acho e penso sobre um alguém mais pacato. Pode ser bem verdade, se calhar é verdade, mas o que fazer, ser mais subtil para os outros crescerem?
Quem quer crescer não espera que os outros o deixem, cresce e pronto.
É difícil? É.
Chora-se mais que a conta? Sim.
Leva-se muita pancada? Ui, é melhor nem lembrar.
Mas no final das contas, um ser agressivo como eu já não causa qualquer impacto, porque nós sabemo-nos mais fortes.
Agora, ficar à espera que os outros nos vejam como nós achamos que merecemos ser vistos, pior, e esperar de beicinho?!
Não acho que valha a pena, se é para sermos alguém, que sejamos fortes e que nós saibamos reinventar-nos perante as situações, sair por cima, com disciplina, em pleno voo que deixe os outros sem saber o que os atingiu. Claro que implica que se chore muitas vezes no escuro, que se reviva pensamentos e criticas, que pense que o mundo é parvo e nós parvos por pensar nisso e mega parvos por gastar energia para tentar perceber... Introspecção é importante para sermos nós, senão navegamos sempre segundo a maré de alguém, sem nada nosso, sem o nosso leme, além de sermos vistos como desinteressados ou desinteressantes..
Por isso é importante termos defeitos, faz parte, ser mais e melhor também devia ser assim.
Detesto meninas, é suposto com os 18 passarmos a mulheres, mas não. Falta isso, falta esse passo, falta ser capaz de gritar e saber que sim, que se está a gritar por nós. Digo muitas vezes que este e aquela não sabem viver em sociedade, mas começo a achar que eu também não porque as coisas não são como queremos, são como são e não adianta inchar de indignação, adianta falar e querer falar, compreender perspectivas e só aceitamos se quisermos, porque uma não implica a outra. Irrita-me a passividade de deixar passar, quem não se sente não é filho de boa gente.
Pois, lá está, em sociedade temos de ser cordeais, passar a mão e tentar deixar que as pessoas se exprimam como sabem, palavras como irritação são demasiado brutas. Temos de ser mansos e eu não,eu sinto de mais e encaro como pequenas batalhas, mas para mim é suposto viver a vida, não vê-la a passar por nós como meros tripulantes que fazem de figurantes, lá no fundo de sorriso nos lábio ou expressões laicas, uma cena esquisita. A ser que sejamos pró-activos, ora bolas! 

Sim, não me encaixo, mas onde está a novidade disso?



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

continuo a aspirar


Aspiro também perceber mais as pessoas, aquilo que as preenche, aquilo que as desilude, aquilo que as magoou e as deixa apáticas, as perdas que os tornam menos, as vitórias que o elevam, os amores que impulsionam a vida enchendo-lhes o peito de felicidade e os lábios de alegrias. Aspiro saber mais sobre elas, aquilo que as move, a música que as entende, os sapatos que as fazem caminhar na tranquilidade. Aspiro senti-las mais, aconchega-las mais, ouvi-las mais, ser presente e sabe-lo ser. Aspiro caminhar com elas, os mesmos passos e sentir-me pessoa entre elas, saber dos mesmos programas, saber dos mesmo livros e querer partilhar gostos e paixões. Aspiro ser mais real para elas porque elas são reais para mim, que elas me possam ver e sentir, contar comigo e contar sem mim sabendo que irei estar agradavelmente feliz por ser dada como certo. Aspiro que me tratem bem porque todos os animais merecem um aconchego, uma meiguice, e o que nos move é sermos recebidos pelos braços que sabem nos abraçar, é ser sermos recebidos pela pele arrepiada que nos sabe sentir, pelos lábios quentes que cantam um beijo na nossa testa, pela mão leve que nos afaga o cabelo e nos puxa para o peito seguro que nos faz derreter, um encostar de corpos, um cruzar de braços e um entrelaçar de dedos que emociona e nos sussurra lentamente a palavra mais… fica mais.







aspiro


Aspiro aspirar tudo que me faz parecer radiante, como a Sharon Stone. Aspiro ser feliz como meu gato quando vê a lata da comida, felicidades intermitentes do dia. Aspiro estar de bem com a vida como o (não me lembro de nada que valha a pena mencionar), segunda tentativa, não, de facto não me lembro assim de ninguém. Aspiro ser agradável que nem brisa marítima num belo dia de verão, daquelas que todos imaginamos quando pensamos em férias. Aspiro ser saudável que nem o Putin em dias campanha, astuto e temível. Aspiro ser imbatível como o peixinho do Phelps e mostrar que um belo pequeno almoço faz toda a diferença, e incrivelmente reinventada como o Stephen Hawking, não é uma incapacidade motora que o prende ao chão. Aspiro ser capaz de lutar até ao fim nem que o meu nariz desapareça como o João Garcia, mas dar parte fraca é que não! Aspiro ser um Luther King e manter-me fiel aos meus ideais e dar a cara por eles como não houvesse amanhã, ser capaz de inspirar porque eu acredito e se eu o disser acredito com todo o meu ser, é porque é válido. Aspiro ser grande como o Jordan e inspirar a comprarem os meus ténis e a serem bons também, porque ele é grande! Aspiro francamente ser um dia fotogénica como um rol infinito de pessoas que sabem vestir, maquilhar, sorrir e olhar para uma lente que nos olha friamente e expõe o que de melhor há em nós, ou a lente ou o Photoshop, das duas uma, mas ficar natural é que não, isso torna-nos aspirantes!


domingo, 5 de agosto de 2012

Batman

Ele está a atravessar a trilogia da história cinematográfica da longa vida dele (1932-2012) porque alguém em 2005 deu-lhe a forma mais negra das faces que alguma vez teve, porque o trágico vende mais, apela mais e dá mais asas à mais dura crítica.
É bem possível que seja a era mais real do cavaleiro negro.



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

fases


É estranho as ligações que vamos fazendo, com pessoas, com coisas. Ainda ontem vi duas pessoas completamente distintas tão bem juntas que pareciam amigas desde o momento em colocaram o pézinho enrugado no mundo. Duas pessoas tão diferentes que pode ser aquela velha história das cargas opostas se atraírem. Ou apenas as coisas foram acontecendo, os modos de vida foram-se sincronizando e acabam por fazer as mesmas coisas e num dia bom, não é mau de todo ter companhias de todos os géneros.

“Diz-me com quem andas, dir-te-ei que tu és” não me parece que seja verdade. É o equilíbrio que procuramos, e para haver equilíbrio tem de existir centros de gravidade diferentes, só assim há riscos sem choradeira. É esquisito as coisas que gostamos e não fazemos para não gostarmos do que fazemos.
Isto tudo para dizer que sim, que gosto sei lá bem por quê do jeitinho do Justin Timberlake, do Michael Phelps porque sim, e o facto de ele nadar espectacularmente bem ajuda mas não é determinante e gosto de Glee e desta terrible música que colou ao meu cérebro, tipo cola:


 Portanto, não apenas isto tudo que eu gosto não me define, apenas mostra que caminhamos em fases, lembro-me muito bem de ter idolatrado o Brad Pitt e agora, acho-o velhinho, um querido velhinho! Mudam-se os tempos e as vontades, essas, são efémeras!