Dei-lhe a mão e ela encostou a cabeça ao meu pescoço. Estivemos ali uns minutos apenas a ver Paris, sem nada dizer, em silêncio connosco, a sentir-mo-nos bem.
Começava a acumular-se gente e já estava a ficar caótico o espaço e ela olhou-me e eu percebi que era um “vamos”. Descíamos as escadas e ela ia a cantarolar La vie en rose a música que ouvimos pelas ruas, aquelas para turistas que os Parisienses tocavam de acordeão e eu parei a rir-me. Ela rodopiou de sorriso nos lábios. Alcancei-a e segurei-lhe a magra cinta. Ela encostou a testa na minha testa, o nariz dela no meu nariz e num movimento balançado das nossas cabeças, beija-mo-nos. Foi como no primeiro beijo, devagar, devagarinho e sentido. As mãos dela estavam a passar-me levemente pela nuca e eu tinha-a bem segura em mim. Levamos um encontrão forte de um turista e larga-mo-nos. Olha-mo-nos e sorrimos, voltamos a encostar as testas e Cármen agarrou-me na mão e puxou-me. Descemos as escadas numa correria e risadas, parecíamos os dois adolescentes de 16 anos, a descer os Clérigos em dias de cortejo académico. "
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