segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Batata Frita

Da última vez que Batata fez um ultimato,  fez-lo declaradamente. Informou! Quis fazer perceber ao ultimado que era tijolo ou amarelo, não podia vestir as duas camisolas. Uma semana. Fez-se vida normal, ele com as duas camisolas, uma por cima de outra passeava-se com alguma preocupação e muita tentativa de demover Batata. Batata passou uma semana a mostrar que tijolo era de longe a cor que lhe assentava melhor, na pele dourada dele.
Uma semana e ele decide, pressionado por Batata, apontando-lhe o limite. Ele grita: Amarelo. 
O ultimato tinha regras, a maioria nunca se cumpriu, mas foi o amarelo que ele usou sempre e continua a usar.
Batata, bem, saiu frita da história e decidiu odiar amarelo e tijolo para sempre.
Desta vez o ultimato foi de pantufas proferido a ela mesma. Batata pôs um primeiro limite, que saiu furado, temeu o limite e quebrou-o.
O segundo limite é hoje e ela sabia lá no fundo que era amarelo que iria ser carregado ao peito, amarelo ganha sempre, dizem-lhe as raízes dela!
No fim, já se tinha preparado: a casca, que ia ser retirada e lançada às galinhas, e elas ferozmente vão bicar sem compaixão, tinha sido aconchegada e o resto deixou-se ir, conformado. O óleo está a mira-la, quente já a aguarda-la. Como lá no fundo da sua essência de tubérculo o pressentia, por via das dúvidas, pré-aqueceu o óleo a 180ºC, para não custar tanto.
Batata tijolo é melhor cozida, mas não há forma de dar com o caminho. Hoje é batata frita!

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