"see you in another life, brother"
Voltar à terra natal, viver dessa mesma terra tem destas coisas: fugir daquilo que não queríamos para nós.
Não vou dizer que tudo é mau, é bom estar com aqueles que em todos os momentos, pequenos, grandes, momentos que não lembramos de tão comuns, de tão comuns que nem guardamos em nós... sim é bom, é bom sentir esse amor incondicional!
Mas, e aquilo que sonhamos?
Aquilo que queríamos, ficou para trás porque temos este conforto docinho? Este carinho que nem precisa de ser literal, ele sente-se, ele envolve-nos sem realmente nos tocar e prende-nos ao chão?
Acho que sim, que naqueles sonhos de olhos abertos, na cama antes do sono se apoderar de nós, já são sonhos de olhos fechados, já estão completamente fora do alcance. Transformaram-se naqueles sonhos que pela manhã só ficam presentes em nós partes do que aconteceu, como aquele último sabor amargo do vinho do porto na boca, após um cálice para afagar o espírito.
Não sei se é pela Ana andar por Lisboa que trago este queixume em mim, acho que essa ideia fez acordar em mim um desses sonhos: morar em Lisboa, num pequeno cubículo. Sim, porque nesses sonhos, Lisboa era extremamente cara e eu com ordenado tipicamente português: pequeno!
E esses sonhos que tinham de especial?
Uma liberdade minha, eu e eu mesma, rodeada de amigos é certo, mas eu, eu bem comigo mesma, com a independência de menina que nasceu na aldeia, nessa aldeia de novela da noite, aldeia para nascer e ficar, sem estudos, casar aos vinte, trabalhar numa confecção ou cutelaria (são as áreas ao dispor) e ficar! Essa aldeia sempre me assustou e eu nasci nela. E se calhar esse medo fez-me espernear e bracejar e arregaçar as mangas por mais, por mais que filhos e um quintal!
E esses sonhos que tinham de especial?
Uma liberdade minha, eu e eu mesma, rodeada de amigos é certo, mas eu, eu bem comigo mesma, com a independência de menina que nasceu na aldeia, nessa aldeia de novela da noite, aldeia para nascer e ficar, sem estudos, casar aos vinte, trabalhar numa confecção ou cutelaria (são as áreas ao dispor) e ficar! Essa aldeia sempre me assustou e eu nasci nela. E se calhar esse medo fez-me espernear e bracejar e arregaçar as mangas por mais, por mais que filhos e um quintal!
O problema é que bracejei pouco, porque cá estou eu, na terra, incapaz de gritar e dizer não, porque estou abraçada ao carinho que se sente, ao amor que sussurra e ao comodismo da família que me prende. Pior é que sinto o medo do quintal... sinto que a terra está a chamar por mim... Há pessoas que se queixam de não se lembrarem dos sonhos pela manhã, eu acho que as vezes até dava jeito... o tormento era menor!
Solução?
.... vamos sonhar diferente, sonhar mais e bracejar com mais força! Há sempre um mundo para nós, temos é de sabe-lo abraçar... acho que vou sonhar para aprender! Talvez hoje perdida, mas amanhã mais sábia :)
Lost, foi aquela série que apesar de controversa, mostrou que nós lutamos pela nossa harmonia... sempre, e ficou-me, marcou-me: o Jack bracejou sempre e ouviu o seu "I love you" no final, bem lá no final é certo, mas harmonia sentiu-se nele... é essa, a do minuto 0:48, é essa, também a quero! Lá está, é sonhar diferente e acordado!
Eu vou viver em Lisboa. Um dia vou, nem que seja só 1 mês.
ResponderEliminarMas por agora, faz-me mais feliz ir lá, de visita, passear no Chiado e ir para o Terreiro do Paço olhar para o Tejo. Sentir Lisboa como parte de mim, que será sempre, e sabê-la lá para quando eu decidir ser mais uma habitante da capital.
PS: Em Junho vais comigo e aguças ainda mais esse teu sonho.
Eu também quero lá viver, só um bocadinho, testar esse mito urbano chamado Lisboa :)
EliminarSim sim, em Junho lá estamos :D