segunda-feira, 11 de junho de 2012

o mar enrola na areia

Lá vem ele, não sei muito bem mas acho que fico contente por o ver aproximar novamente. É difícil lembra-me exactamente como ele era, lembro que era tímido, media o que dizia e era correcto, cordial, baixava os olhos quando queria dizer alguma coisa que o fosse envergonhar, era formal, sim, a palavra formal defina-a-o muito bem. Eu gostava de o ver rodar em torno da timidez e mesmo assim não querer afastar-se, dava um passo, recuava meio, sempre nesta dança. Eu estava em tempos confusos, com um nó no coração por ter sido o pior de mim, então ás vezes ele estava lá e eu nem o via, e muitas, muitas vezes, afastei-o e no fim consegui, ele afastou-se, foi para Lisboa uns tempos depois e eu puxei uma orelha a mim mesma. 
Com ele foram os pequenos almoços na baixa do Porto, a feira do livro, o sotaque e as tatuagens incompletas que nada faziam sentido nos braços dele. 
Quando tempo passou, após isto não o sei ao certo, mas em Novembro voltou, voltou sem razão e à distância e com um trama de novela com ele, foi bom ouvir dele, lembra-lo e saber que ele ainda guardava a primeira memória minha de saia e casaco verde, fez-me bem ao ego, confesso. Mas eu afastei-o novamente, novelas mexicanas deixei-as em 06/08 e ficaram bem naqueles tempos (gosto de lembrar os momentos de alegria, apenas e só), ficaram lá trás com o passado,tal como os xutos e pontapés recomendam sabiamente.
Ontem voltou, disse-me um "oi" e tivemos conversa para a noite toda, como sempre... Hoje tentou pôr os dias em dia comigo... Ele é como mar, tem tempos em que sabe bem ouvi-lo!



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