É sempre na
procura de um olhar na nossa direcção, de um sorriso com alma, de um tocar de
leve que faz querer, faz qualquer coisa gritar dentro de nós.
Se a vida é
1 ou 2? Não acho que possamos definir nada como preto e branco, 1 ou 2., apesar
de gostar da versão da metade da laranja, li um livro (a flor do sal) que me
deixou a pensar assim, de uma maneira intensa e romântica. Mas do pensar ao
gostar da ideia, não significa que possa realmente desejar essa perfeição,
porque acho que ao longo do caminho vamos querendo algo mais real, porque vamos
sentir que sim, o pai-natal não existe mesmo! A metade da laranja deixa de ser
uma imposição e passa a ser uma ilusão. Se tivermos uns gomos dessa metade de laranja
já não é mau de todo. Ao longe, ao perto, por aí. Ir sentido aqui e ali, acaba
por nos ir entretendo. Receio um pouco o dia em que vou olhar para mim e ver
que o entretimento de ter por perto já não chega. Aí tornar-me-ei menos eu?
Pelo menos mais pequenina, por ter-me contentado com o aqui e ali e ter deixado
o tempo tecer a vida.
É sim muito
belo pensar que o que é nosso a nós pertence, mas se não matarmos uma borboleta
como podemos esperar que na América do Norte um Tsunami possa corroborar a
teoria do caos? Se não damos um passo por nós, como podemos esperar que alguém caminhe
para nós?
Tenho um nó
na cabeça? Tenho! Quero ser simples e não ansiar, relaxar e aproveitar o
terreno ameno? Quero!
Pode ser a
sociedade que nos encaminha para o ansiar por um mundo mais cor-de-rosa. O cinema,
a música, todo um conspirar da natureza… sim doí-me a cabeça de medos, às vezes
acontece e os medos vêm de dentro.
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