Tenho entre muitos defeitos ser crítica. Às vezes, não sei bem como? Como isto
vem dentro de mim, uma vez que não sou observadora? Tendo a ser distraída e com
défices de atenção para determinadas pessoas e assuntos. Mas não altura de criticar! Nesse compasso vem de lá do meu cerne um veneno, capaz de me matar caso decida trincar a língua.
Com o tempo fui aprendendo a controlar, principalmente se não confiar no poder
de encaixe da pessoa em causa. Mas digamos que não aperfeiçoei este travão de língua.
Torno-me menos espontânea, mas mais aceitada e menos reprovada. A sociedade
ensina-nos a moldar-nos a ela, ao politicamente correcto, a todo um critério de
coisas que são muitas vezes valas para o nosso potencial. Morre ali na vala
muito potencial, porque há um padrão e quem sai do padrão é aconselhado a
voltar. E quem não volta, bem, depende com que se cruza, mas tende a ser olhado
de canto.
E eu já fui e sou olhada de canto e sei que prefiro tomar as rédeas da
minha língua e ser eu para quem me pode aceitar e encaixar que o meu veneno é
apenas parte de mim, não eu no meu todo. Porque há muito mais para ver do que a
soleira da porta.
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