Voltei aos poemas, às palavras de mãos dadas de estrofe em estrofe, de rimas de quem tem o dom de embalar palavras, do enternecer a mais dura realidade. Tinha saudades! Confesso que estes que encontrei nos despojos do meu pai, não são os que me
aconchegam a alma, mas são bons!
Gosto mais de poesia que qualquer outros estilo, gosto porque sei que na maioria das vezes agarro-os naquilo que é meu.
Aprendi que só palavras densas, peso e fatalismo me deixam
derretida, porque quando leio vivo entre as palavras e a história, acabo assim por
não querer esse dramatismo e pesado destino para lá do livro. Li, vivi e fechei
o livro. Depois tento aprender e interiorizar que ficou ali e ali está bem. Não
é só na leitura que coloco essa parte de mim mais sensível, nos filmes, nas
séries, acabo por estar lá a perceber a dor e assim, no dia-a-dia, desdramatizo
e coloco a leveza onde posso, porque já deixei no livro ou na televisão a minha
necessidade de começar todos os pensamentos com: coitadinho.
As pessoas brincam
com essa minha necessidade de sentir emoção de chorar baba e ranho, de agarrar a cabeça em cenas de terror ou acção, de saltar com suspense, mas é terapêutico para mim, e ensinou-me
a não ter um ataque de choro no sitio errado, de explodir tipo granada, por que dali, tinha aprendido que
não havia nada para chorar, nem nada valia a pena.
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