terça-feira, 31 de julho de 2012

rima comigo


Voltei aos poemas, às palavras de mãos dadas de estrofe em estrofe, de rimas de quem tem o dom de embalar palavras, do enternecer a mais dura realidade. Tinha saudades! Confesso que estes que encontrei nos despojos do meu pai, não são os que me aconchegam a alma, mas são bons!

Gosto mais de poesia que qualquer outros estilo, gosto porque sei que na maioria das vezes agarro-os naquilo que é meu. 
Aprendi que só palavras densas, peso e fatalismo me deixam derretida, porque quando leio vivo entre as palavras e a história, acabo assim por não querer esse dramatismo e pesado destino para lá do livro. Li, vivi e fechei o livro. Depois tento aprender e interiorizar que ficou ali e ali está bem. Não é só na leitura que coloco essa parte de mim mais sensível, nos filmes, nas séries, acabo por estar lá a perceber a dor e assim, no dia-a-dia, desdramatizo e coloco a leveza onde posso, porque já deixei no livro ou na televisão a minha necessidade de começar todos os pensamentos com: coitadinho. 
As pessoas brincam com essa minha necessidade de sentir emoção de chorar baba e ranho, de agarrar a cabeça em cenas de terror ou acção, de saltar com suspense, mas é terapêutico para mim, e ensinou-me a não ter um ataque de choro no sitio errado, de explodir tipo granada, por que dali, tinha aprendido que não havia nada para chorar, nem nada valia a pena.


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