quarta-feira, 31 de outubro de 2012

dança dança

E a música, como outras vezes ditas, faz-lhe falta, faz sentido nela e ela gosta!
E canta! Não há tímpano por esse mundo fora que esteja à altura de tal voz melódica à escala do cacarejo de uma galinha.
E dança!  Mais uma vez, não há íris por esse mundo fora capaz de apreciar a verdadeira extensão dos dotes e movimentos de quem é completamente descoordenado e a dita "sensualidade" essencial a quem dança seja um elemento excluído à priori no que ela consegue, assim que o bit da música a faz bater o pezinho toda a elegância que alguma vez ela possa ter demonstrando lá se vai, e fica a dislexia do movimento.  Mas ela bate o pezinho, abana-se, salta, faz (uuuuu com a voz) e continua com um braço para a frente e outro para trás, imita o pior break dance que ela viu e a diverte-se assim, sem limites de se achar ridícula e  de gritar mais do que "cantar". No meio desta insanidade dela há sempre quem ache vergonhoso, quem a ache exibicionista e quem alinhe e ache hilariante. Na maioria das vezes o gosto intrínseco acaba por ganhar e ela esquecer que sim, que há pessoas a olhar. A múscica passa longe de Guettas e deuses do "abanat-te baby" ou "viva a calça branca". É no indie pop/rock que ela respira a inspiração dela, nas musicas de um folck que se encontra e num rock bem sentido que se perde.Vá, coitadita, é feliz assim!

PS: os Kings of Leon são uns fixes, vêm a Portugal! Come on down and dance, If you get the chance!



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

segunda-feira

7:15h e estica-se e encolhe-se. Sente frio e começa a ouvi-los, nas suas guitarras electrizantes que ainda só existem no inconsciente dela e cada vez ouve-as mais, sai-lhe da boca o refrão  «highway to hell1» ainda em voz rouca... Rebola e tira um pé fora do sonho e a seguir a isso é a água, o frio de roupa lavada, o pequeno-almoço quente e a correria de fazer render 45 minutos. Eles acabam por não render, por 6 minutos, enfim, para uma segunda-feira é de ter orgulho.

Previsões para mais uma semana: «Só no fim do jogo!».

sábado, 27 de outubro de 2012

uma hora por semana, faz bem à alma

Ela começou em 2007 por ali... ali porque queria fazê-lo mas sem saber muito bem porquê. A motivação era oculta, queremos ser sempre melhor, mas talvez as lágrimas  que a inundaram por causa do MD e o ar marinheiro dele foram o grande impulso, foram a motivação.  A dor de peito, os momentos de profunda angústia e perda que a levavam a suplicar clemência, os dias negros! 
Foi o coração partido, se calhar... E ela precisava de ocupação e começou a procurar... Procurou nela pequenos momentos de "mente ocupada"  e foi com alegrias alheias, com risos, com perguntas, com barulhos, cadeiras arrastar e gritarias onde encontrou paz. 
Começou a apanhar-lhe o gosto de ter o sábado à tarde garantido para eles e de realização para ela. Ganhou-lhes grande carinho!
Hoje agradece-lhes secretamente por a terem segurado num grande momento de escuridão. Foi uma vitória sem saber que lutava por ela. 
Neste mesmo hoje quer mudar ainda mais, quer aprender mais e está mais feliz por ter sido capaz de crescer assim, sem ansiar de mais, sem esbracejar demais. Deixou-se ir, devagar, esquecer-se do que implicava, um degrau de cada vez e lá foi levantando-se de mansinho. Isso nela, degrau a degrau é raro! Sabe-o bem. É raro porque ela é intensa e tem de ser intensa até ao infinito, em tudo, até causar dor de cabeça a ela e aos outros. Se calhar não queria ser melhor mas naquela hora de sábado é mais feliz e realizada, e por isso mesmo é melhor, numa hora por semana, mas é! E o bem que lhe faz é maior!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

estava quase tudo bem

Já ela via como passado. Já ela esquecera na maioria da vezes que tinha sido cortada. Já era quase passado! Queria recomeçar.
Já ela sentira uma vontade de querer perdoar...  e assim como estava quase, ouviu que não! Que o "quase" foi para ela, e para ela também foi o embate com a realidade, como que uma frigideira lhe batesse em cheio na cara, no coração, e assim atirou-a para o chão...
Depois esqueceu a queda por umas horas, mas voltaram-lhe nos silêncios o "estava quase tudo bem", ouvi-o gritar-lhe! Agora quer voltar a fechar a cara e cuspir-lhe por ser mau e por sabe-lo ser sem remorsos.
Mas não sabe! Não sabe se o há-de fazer, porque começa a acreditar que ali, a alma é pequena, e assim sendo, não vale a pena voltar a olhar para o chão.




quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Chove

"Chovia, a chuva caía em lenta agonia, mesmo ao fim do dia" é o que o pai cantarola em dias de chuva. Aposta como anda de rádio na mão a ouvir a "radio sim", de um lado para o outro da casa. Tem o jornal aberto na mesa da cozinha para as vontades da leitura,  a televisão da sala ligada a fazer companhia sonora e o computador ligado para cuscar o mundo. Quando se aborrece de tudo procura a Pi. Falam do banal, do que falta comprar, do que viu na internet, do que leu no jornal ou do apresentador que parece mais gordo. Falam das galinhas, que lhes chove e é preciso darem um jeito naquilo.
A Pi acordou depois dele, de cara fechada, espera que o pequeno-almoço esteja a andar. Depois vem os preparativos do almoço, o arrumar da casa, a lida dos animais. Atura o pai e deixa-o dormir a ver novelas, enquanto ela faz a sopa de letras da Dica. 
Envelhecer assim,  desempregados de responsabilidades, ficar em casa quentinhos numa espécie de felicidade escondida em cada gota que embate no chão. Ausentes ao som do dilúvio, separados pela parede branca, o telhado vermelho e a porta de alumínio da escuridão do dia de Inverno.
E tudo está bem, quando acaba bem!

"Chove. Que fiz eu da vida?

Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...

Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, 'stou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!"

Fernando Pessoa




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Linhas cruzadas

Vive na encruzilhada é um facto.
Sendo uma conhecedora do domínio semântico da palavra, sabe que está no meio do "ponto" onde várias ruas e caminhos se cruzam. 
Respira fundo e imagina-se lá! 
No meio, no centro daquele "ponto" gigante, maior que ela, na entranhas dos caminhos da vida dela, no coração das decisões boas e más dela, vê os momentos bons e os maus, os olhares bons, os sorrisos bons, só quer ver os bons! Vê as pessoas boas e más: Vê-se entre elas e quanto imperfeita o é! Ali no meio imagina o conjunto de vidas que a rodeiam como novelos independentes. 
Vê os fios à sua volta e imagina-os na mão: O fio do novelo cinzento e tijolo que lá de vez em quando, em algumas quartas-feiras da vida dela, ela agarra e puxa o fio. Sabe que apenas o segura porque quer e que não significa mais do que, 3 vezes por ano sentir-se irresponsável e com 21 anos; Vê o fio azul e vê a forma da bota formar-se, a nuvem de fumo e o sotaque acentuado de quem fala a cantar. Ouve o riso e a palavra característica que vem em todas as frases. Sabe que esse fio já esteve mais perto e por agora não o pode segurar, são tempos de mudanças e essencialmente de crise; Vê o fio amarelado, o mais velho ali, vê-o a olhar para ela com o sorriso que a derrete só de pensar nisso, mas não lhe pode tocar, não pode ser ela, e numa imagem extrema, não pode ser dela...não pode! Suspira e tem a certeza que deixaria de estar no "ponto"!; Vê o fio laranja, sente um arrepio e corre na direcção oposta. Corre em esforço e sentem-se num daqueles sonhos onde quanto mais corre menos se mexe. Desespera! É laranja porque está em chamas e queimou-a uma vez, queimaduras de primeiro grau. Uma segunda vez e ela seria a Sónia Brasão e só implantes de pele a salvariam. Então esse também não pode ser! E lá ao fundo vê um, sabe que não vale muito a pena e por isso, deixa-se estar.
Senta-se no "ponto", cruza os braços e percebe que não há muito a fazer. É esperar e esperar, não sabe muito bem pelo o quê exactamente.  Pode ser que a agulha de tricô escolha o fio que não rebente no lado mais fraco, porque nisso, a justiça é nenhuma e ela começa a fartar-se de arroz.




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

change the picture


“ (…) Clearly, something about every one of those choices made you happy. The problem is they don’t match up with the picture you made up in your head about what your life should be... You want to be happy? Change your picture or change your life.”

Wade Kinsella, H.D

rir é o melhor remédio

Sorrisos dela são deles.
São os sorrisos dos outros que lhe agradam mais e o bom humor, devia ser obrigatório ser-se engraçado.
A  atenção vira-se para lá, para o bom humor, quem a faz rir tem-na na mão. Não são os braços compridos, o nariz perfeito, o olhos ou a boca, é o riso, o humor, e o bem que ele lhe faz.
O bom humor ganha aos dois palmos de cara seja de quem for. . O bom humor deixa-a alegre, é o ponto de afinidade dela ao mundo, às meninas e aos meninos... e não há nada lhe lhe fique melhor que um sorriso rasgado e uma gargalhada sentida. Gosta das pessoas pela capacidade de a fazerem sorrir e muito.
Sim, rir é o antídoto dela, o açúcar que ela não tem!



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Rush of Blood To The Head

Um visão clara, sem obstáculos, sem um possível olhar incomodo, um inevitável cruzar de corpos, olhares cabisbaixos e mesmo assim a querem olha-la, fazem-na pequena! Eu vejo-a mais encolhida, mais cansada, menos sorridente, sem vontades. Eu vejo-a descompensada. Eu vejo esbracejar interiormente, chorar quando já não consegue mais e ver-se ocupada. Vejo-a atarefada em pensamentos, vejo-a sacudir a cabeça como quem nega o que pensou. Tem movimentos de autista e medos. Sim, tem muitos medos! Medos que pensava vê-los longe e não, estão ali a dois palmos e ela sente-os. Está tristinha a pequena e não consegue mentir por muito mais tempo.
Aí, quando os batimentos forem mais intensos, mais vorazes, menos dela, ela espera implodir no sossego do escuro quarto.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

bolas!

Não é de se queixar quando perde, não é de se sentir menos, não é de se deixar de acreditar que consegue.
Sabe-se e conhece os limites dela. Não sabe jogar xadrez nem damas, não tem estratégia nem visão do jogo que está num tabuleiro monocromático, por isso não se importa de jogar e ver os outros gozarem a falta de jogo dela. Sabe que a esperteza dela nunca vem da ante-visão de nada, não sabe como o fazer. Vem de outro sitio,da capacidade sensorial que tem, ou de outro sitio qualquer, do que lê em geral, do que lhe ensinaram, do que tenta aprender, da familiaridade das coisas e dos acontecimentos mas de ler os outros, isso não! Por isso a derrota no tabuleiro do jogo, pouco lhe diz, porque sabe que não o sabe fazer.
Mas a facadinha no conhecimento especifico ou geral que ela foi amealhando, aí queixa-se! Doi-lhe um bocadinho... Vá, ela diz que é chato perder onde se sabe melhor. Bem, apesar de ouvir que é uma constante num edifício cheio de pequenos génios, não a faz sentir melhor ou pior, não a faz sentir nada! Sente a apatia de uma incerteza que aí vem, e sim: Faz cara feia, sabe que é um jogo de tabuleiro! E nesta espécie de jogo onde é um pião é chato não saber ler o jogo!  



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Només #1

«Tinha uns olhos tristes, pele escura do sol e a vida dele podia ter sido a servir no El Rey de la Gamba 2 para sempre. Provavelmente poderia ter visto passar por ele milhares de turistas, desde do extremamente simpático ao mais arrogante e superior de todos. Poderia passar-lhe certamente pela história de vida o cliente indiferente a Paella, o amante de Paella e mesmo aquele que não se atreveu a experimentar. Mas não passou a vida ali, num restaurante costeiro, um restaurante para turistas provenientes da praia, com restos de areia colados no corpo, chinelo de dedo, biquíni de fora, cabelo desalinhado e cheiro de protector solar e sal do mar mediterrâneo. Clientes com fome, incapazes de discernir se era aquela a melhor refeição do mundo ou se era a fome a falar. Mas a história não começa aqui, Només deixou esta vida para outros, e agora sentado a comer Patatas bravas vê-se com pele menos queimada, menos caliente. Vê-se menos només.
Chamava-se Alejandro, Javier, ou Ramon, para a falar a verdade, foram os olhos dele que fizeram a história que viveu, o nome pouco interessou, na realidade poucos os sabiam, pois não faria diferença nenhuma nos trilhos que ele colocou os pés, nas opiniões em que ele lançou a voz, nas acções em que ele decidiu dar as mãos e os braços. Nasceu em finais dos anos 60, nasceu quando o Mundo começou a sonhar mais alto com a chegada à Lua, sim, nasceu com motivações de evolução mas, nasceu no Franquismo, num Franquismo menos agreste é certo, mesmo assim, nasceu sem o livre grito de Ipiranga, nasceu numa Espanha ainda mergulhada na ditadura. »

E tudo o definiu!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Obrigada

E vieram eles, com coisas que ela não estava à espera.
Chegaram com uma hora de adianto, e se calhar foi aí que tudo começou, foi aí que ela começou a sorrir para eles, com adianto! Sorriu porque o adianto foi bom saber que o tinha, ainda que dessa forma. O coração dela ficou quentinho e ancioso, estavam a soar os tambores lá no fundo e ela agradeceu.
Deixou-se dormir e esperar pelo dia em que ia distribuir beijinhos, obrigados, sorrisos, bolo e sumos.
E ele chegou! Abriu a porta a mando da mãe e viu-os, pendurados, agitados pela ver, ou pelo vento. Sabia bem quem tramara tal sorriso e aperto no coração. Riu e pensou nelas, teve a certeza, era delas aquele sorriso e agitação. Guardou o momento e foi um a um ler coisas indecifrável ao olhos de todos, mas delas não. Para elas fazia tudo um sentido único de cada momento juntas. Sim, são elas as pessoas dela, a metade da laranja!
Viu a mãe babar-se de alegria e o pai olha-la com orgulho. Viu dançarem para ela e sentiu o abraço sentido. Viu a folha de pernas para o ar a desejar-lhe os parabéns. Viu o origami na mesae e a bolacha holandesa com uma carinha a sorrir-lhe. Viu os sorrisos de quem a vê virem na direcção dela, abraça-la e beija-la. Recebeu mensagens e ouviu as vozes de quem se preocupa em se fazer sentir presente, ali ao lado ou mesmo a 2300km de distância no país da máfia .
Ouviu os parabéns e alegria de quem os canta, da satisfação de comer bolo e beber sumo.
Viu o dia sorrir-lhe e ela fez questão de sorrir de volta.
Viu o esforço da mãe, em poupa-la, ser mal sucedido num bolo mingado, sorriu-lhe e pôs as mãos à obra. Fez um novo bolo para os seus depois do jantar cantarem-lhe iluminados por velas teimosas, que deixaram a cozinha numa algazarra.
Viu um candeeiro  manuscritamente decorado com frases de grandes mentes. Viu o esforço de quem a ama querer agradar. Viu aqueles que a viram crescer bater-lhe palmas e os que ela vê crescer beijar-lhe as faces.
Viu-os ir e ficou feliz, afinal eles vão mas voltam sempre.
Viu-se feliz e reconfortada, é bom sentir a idade, nem que seja por um dia.
Agradeceu por ser amada!

Oscar Wilde


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Strokes: Someday


Estamos em contagem decrescente e ela acha que nada mudou. Em boa verdade é real, nada mudou! Veio de viagem com isso na bagagem. 
Ocorreu-lhe na viagem, nas longas horas encolhida num banco, de phones nos ouvidos, sapatilhas a matar-lhe os pés e sem posição para embalar no sono. Ia a ouvir a playlist, de alguém que salta de estilos mas nunca deixa de se derreter com o mais doce que o Folck tem para dar, e enquanto balançava com Flapper Girl, ao mesmo tempo tentava ignorar que haviam mais 30 pessoas a escassos metros e que todos eles respiravam o mesmo ar e inundavam-no de pensamentos, ou não, porque há pessoas que se deixam ir, sem tempo de se dedicarem a elas ou à música, principalmente a si mesmas. No meio de tanta coisa incomodava-a muito escolhas musicais, pois ela não entende como a MegaHits pode satisfazer o coração de quem seja. 
Bem, tem a certeza que algumas pessoas dedicaram 4:30h à tv7dias, ao José Rodrigues dos Santos e os seus livros de histórias pontuais, leitura fácil mas bem sucedidas e à paisagem pouco interessante que a A1 tem para oferecer.
Mas ela não! Ela processou o último ano, ela analisou-o e esmiuçou os momentos de viragem, os momentos de alegrias, risos e os momentos de lágrimas, descobriu-os e aceitou-os. 

Lá ia de mãos dadas com o compasso de cada melodia e a cada mudança de faixa a mudança tema era natural, e ela abraçava assim instintivamente os 4 minutos e pico, ouvia cada palavra, murmurava-a e trazia-a a todas as memórias que se associavam e que vinham ao encontro das entre-linhas da música de um alguém desconhecido que fazia sentido deste lado, neste ouvido dela.  
Assim que entraram os Snow Patrol lembrou-se deles em frente ao palco, ela ás cavalitas dele à procura dela, onde ela poderia estar! Lembra-se de a ver. Lembra-se da agitação de a ver chegar. Lembra-se de Run e como foi bom de ouvir. Lembra-se de ter adorado e da satisfação que foi. 

Quando os The kooks começaram abanou a cabeça, não havia muito para ouvir ali. Não naquele momento! Era banda de verão e estamos na estação dos primeiros arrepios de frio, do calor de um casaco ou do raio de sol entre as nuvens, no tempo do chá e das meias felpudas. 
Parou, mudou para Mi Amigo dos Kings e fechou os olhos, deixou Lisboa para trás e o bom que foi. Esqueceu o Bairro Alto, o Castelo e a Praça do comércio. Esqueceu a Baía de Cascais e o Rossio. 
Deixou a terrinha envolve-la e fazê-la sentir em casa mais uma vez. Partilhou o relato do clube dela  na volta e sorriu à partilha de vidas na viagem de ida. Sentiu como conhece tanta gente de coração tão diferente do coração dela. Gostou de saber que há tantas maneiras de ter um coração.  

Foram dias de Mi Amigos!
Missis Freckles vem serena: é o tempo, não a idade!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

mini mini relax

Cão, vou a Lisboa. Quer dizer, se a greve não se meter no meu caminho. Vou de auto-bus, lá terá de ser, a CP está de grave, outra vez!
Vou passear, conhecer Lisboa e socializar.
Ora o meu conhecimento geral sobre a capital é pequeno, bastante pequeno, portanto à que alargar horizontes, dentro do país!
Lá vou eu pronta para alegrar a vistinha na capital e preparar-me mentalmente para deixar o 1/4 de século para trás. Envelhecer faz moça na alma.

«Pronto, não falemos mais nisso!»


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

alt-J (∆) Breezeblocks

«Sem perder muito tempo, sem gastar muita energia, sem grandes esforços pensou na necessidade que teve ele em definir alguma coisa para ele, que pretendia não comprimir, mas que a consciência o exigia. 
Definiu que ia respeitar-se, que iria pensar mais nos outros sempre que algum passo dado por ele fosse interferir na liberdade do outro e pudesse, sem ele o tencionar, magoar outrem. 
Sabia-o! Pensou-o como plano de contingência sempre que sentisse que estava a colocar a cabeça na forca ou a cabeça do outrem debaixo do sapato dele, aí ele accionaria esse dispositivo mental criado sem esforço, denote-se!

Ora, o plano de contingência é utilizado quando o dito "ordinário e quotidiano" deixa de ser rotineiro, aí, o outro (também normalmente mencionado como Plano B) é accionado, vem para primeiro plano e passa a ter o papel principal.

Visto que não gastou muito tempo nem energia, e ainda por cima era um plano de contingência, não podia estar consciente em si, nem verdadeiramente pensar que isso era a solução! Se achou, bem... terei de afirmar: era burro!
Visto que falo de mim, um pouco mais novo e menos maduro, considero que pensei com maturidade e agi com a falta dela! Afinal 25 anos, o que são eles? São 1/4 de toda uma experiência possível num século. São 25% de uma aprendizagem com hormonas a dominar 50% do total dessa existência.  
Ora, ninguém consciente em si pode acreditar que com  25% de vida dominada por oscilações graves de hormonas, alguma coisa possa funcionar em velocidade cruzeiro, em plena realização, em consciência!
Vejamos porém que a consciência e o bom senso estão lá, mas são o plano de contingência, não o plano de acção!
Desfraldar leva tempo, mesmo que por muito insistam... crescer também!»


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Només, o contador de histórias



«Confessou-me que gostava da ideia das histórias e cantigas de boca em boca, onde as pessoas se permitiam a acrescentar um ponto. Esse ponto era muitas vezes reflexo do momento de cada estado de espírito.  Ora se o contador de histórias daquele instante acrescentasse um ponto feliz, era a felicidade que reinava no seu coração. Assim as histórias eram um mapa da alma de cada contador. 

Ela sempre que as ouvia ficava a deliciar-se em cada pormenor da história e a permitir-se imaginar uma vida paralela que levou aquele trecho da história. Era muito mais belo perceber o coração de quem conta com o conhecimento que tem. No fim um conto era uma soma tão grande de vivências que era muito mais rica daquela dos livros, que é transcrita mas sempre da mesma forma, nada muda e apenas representa uma perspectiva, uma sabedoria, uma alma, onde está a piada disso?

Depois deste raciocínio respeitei-a mais, era de facto uma versão interessante. Era bonito da parte dela ver para além do que nos é mostrado. Para mim a história de um livro era aquilo que fazia sentido. Mas aplicando a visão dela a um livro, como “O Principezinho” fazia sentido que a posição dele fosse mais real do que muitas vezes o é, pois a pessoa que fosse ousar dizer que “tu és eternamente responsável por aquilo que cativas” teria mais consciência do quão difícil isso o é. 

Essa mítica frase seria dita de uma forma menos profunda, mais dura e mais real. Se fosse eu que a transcrevesse nesta minha fase da vida, diria que “és responsável por aquilo que cativas enquanto o conseguires, porque não podes tentar ser tudo para todos e vais perdendo as pessoas por isso, por não saberes medir as necessidades delas, a verdadeira responsabilidade é ser responsável e consciente daquilo que vales”. 

Depois alguém ouviria a história e perceberia que eu estava uma confusão e na minha alma havia uma grande busca dos valores que eu queria que fossem meus, e sentiriam empatia por mim aqueles que experimentassem como deles as minhas dúvidas e indiferença os confiantes em si mesmos.

 Aí os confiantes iriam omitir as minhas dúvidas e colocar as certezas na história e os confusos iriam aprofundar as minhas dúvidas e a história iria seguir dois rumos. 
Que bela visão do mundo da história e das pessoas. Sofie, nunca te irei esquecer por isto!»

Colada Snoopy, colada!

Fiquei colada Snoopy, é a forma de escrever, Snoopy. É a realidade da história nada ter a ver com a realidade dos personagens! É a imaginação do espaço ser perfeita Snoopy! É belo!
Queria escrever assim, belo e estranho! Senti-me a Weird Freckles outra vez enquanto lia numa rapidez doentia de quem pode deixar de respirar, desde que goste! Belo Snoopy, belo! Senti-me na nuvem mágica da imaginação, deixa a casota e anda cão!