Passou-se um mês, passou entre silêncios, mais do que aqueles críticos 3 dias. Passaram semanas.
O mundo na verdade não parou, não para porque levaste um pontapé, ou porque não entendes o mundo.
O mundo continua na cena dele que é girar.
Então, um mês depois, a girar com o mundo, tenho a mera impressão que Ela não mudou nada. Talvez esteja mais séptica em relação aos outros.
Na realidade sempre que caímos e para nos levantarmos precisamos de ajuda, da mão que faz o primeiro movimento de força, depois de estarmos de pé de frente para quem nos puxou, de frente para o mundo que continua a girar, andamos mais cuidadosos, confiamos menos no passeio e passamos a olhar antes de atravessar a passadeira.
Hoje a dona da mão faz anos, exactamente, um mês depois do Ele fazer. Um mês em que o mundo continuou a girar, mesmo depois de eu ter criado um balão em papel de seda, um não vários até, para que um único pudesse servir de prenda de aniversário.
A ideia era compensar o facto de Ele não ter pedido um desejo com a passagem de ano e, Ela, génio da lâmpada e mordida pelo mosquito dedicação, com o balão e um pequeno papel pendurado com o desejo, pretendia preencher a lacuna. O balão ia subindo pelo céu, enquanto que eles no chão e de narizes de palhaço, o iriam ver subir. Lógico que o mundo gira e tá-se a cagar para o romantismo, o mundo e as pessoas em geral estão demasiado centradas nelas e quando têm alguma coisa agradável entre mãos escolhem deixar cair, empurrar e virar costas. Claro que isto é a imagem dramática que ficou, e provavelmente fiz a maior tempestade que podia caber num copo de água. Provavelmente criei a maior confusão e ilusão que alguma vez coube no meu cérebro de Julieta, mas foi a que ficou.
Então como doeu mais que alguma vez poderia ter imaginado ao ponto de eu contar os dias, ainda trago alguma mágoa que certamente o girar do mundo irá dissipar. Voltei a cantar pelos corredores e ás piadas secas como antes, o mundo girou e atenuou, ensinou e obrigou-me a girar com ele, a desligar a grafonola.
Afinal ela nunca esteve a tocar para os dois, só tocou para mim. O que ainda me me intriga é porque Ele a decidiu ligar se não pretendia ficar para ouvir?
Retórico, portanto.
Afinal ela nunca esteve a tocar para os dois, só tocou para mim. O que ainda me me intriga é porque Ele a decidiu ligar se não pretendia ficar para ouvir?
Retórico, portanto.
I submit my incentive is romance but, this is a wasteland now!
fizeste-me pensar que há um momento de profunda dor quando a pessoa se apercebe que, afinal, estava a dançar sozinha e não acompanhada. é a altura em que a pessoa se sente trespassada por uma adaga invisível (uma dor que desce da garganta até ao centro do peito e que queima horrivelmente) e em que tudo à volta parece em slow motion. depois, muito lentamente, o mundo recomeça a girar, até chegar à sua velocidade normal. e a pessoa já pode respirar fundo, apesar da mágoa que fica para sempre a moer. a cabra.
ResponderEliminarbeen there, done that...
(com um pouquinho de pontaria, passado uns tempos, volta a haver danças e corropios à velocidade da luz. nunca se sabe.)