terça-feira, 31 de dezembro de 2013

and oscar go to..

Tá frio. sinto frio nas costas. Odeio frio nas costas.

E cá estamos no 31, o mítico dia de sentir que o amanhã pode ser diferente (Bulshit!).
Yapi, vai estar tudinho igual o bom e o mau, o mais ou menos e o tolerável, tudo lá de mãos dadas.

Dia de fazer um esforço para a introspecção não ser só reflexo dos acontecimentos mais recente nisto chamado de cérebro.

Lembro-me de Janeiro e Fevereiro ter sido recheado de desilusões amorosas, porque ai e tal é inicio do ano e eu achei que as coisas boas acontecem após o mítico 31 de Dezembro. Népias, eu lembro-me de ter dançado sozinha essa música.

Ali os meses da primavera foram impecáveis: Qashqai Trip marcou-me e ficou guardada para sempre no coração.

Depois entrou Agosto começou o desgosto: Last Summer I gave you my heart but the very 1st December day, you gave it away.

Ainda me ressinto, ainda me chateia... ando em ácidos, mas o mítico dia 31 chegou e eu escolho acreditar que o amanhã pode ser diferente (é como acreditar no Pai Natal depois de saber que ele não existe).

Sim... and the oscar go to... Me!


bye bye 2013, seu grande Desenho Animado!



sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

take me out

Tenho pensado no rewind do ano 2013. Lembra-lo! Lista-lo:

Irei acrescentar que a 27.12.2013 bloqueei pessoas no facebook.
Irei acrescentar que os meses quentes são danamos e danosos para mim.
Irei sublinhar que anos ímpares fazem-me esquisita e imprudente.
Irei escrever sobre as coisas boas que camuflei pela tendência negativa que está entranhada na minha pele desde 15 de Agosto.



quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

27 dias

Acordar ao meio dia - check
Ter planos para uma tarde sossegada - check
Sentir-se em modo "relax quem perdeu ha-de ter mais cartas para dar e quem ta de ferias nao tem que se preocupar" - check

Oh yeah, sinto a cura...

PS: este telemovel nao tem acentos e eu odei-o por isso... E tambem porque a camera eh fraca!!!

sábado, 21 de dezembro de 2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

ando a ler...


fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exactamente o que é o amor. o amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos.
o amor é ter medo e querer morrer.
.
José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas

sábado, 7 de dezembro de 2013

Torne-se egoísta!


"Se a relação é destrutiva, não se vitimize e dão dê uma de Madre Teresa: abandone-a assim que puder.





domingo, 1 de dezembro de 2013

Olivia Pope

Scandal é sem dúvida escrita por uma mulher.
Olivia Pope é sem dúvida uma mulher real como o é a primeira dama Mellie Gran .
O presidente Fitzgerald é escrito claramente por uma mulher, como quase todos os personagens da série, mas no caso do presidente é grave.

No entanto gosto, é uma boa série, deixa-me sempre intrigada e acaba por me prender sempre a mais um episódio, mas não é genial.
Mesmo assim, as vezes surpreende-me em discursos sobre relações humanas... Série de "gajas" for sure:

 «Olivia Pope: You have nothing. You have a pile of secrets and lies, and you're calling it love. And in the meantime you're letting your whole life pass you by while they raise children and celebrate anniversaries and grow old together. You're frozen in time. You're holding your breath. You're a statue waiting for something that's never going to happen. Living for stolen moments in hotel hallways and coat closets and you keep telling yourself they all add up to something real because in your mind they have to but they don't. They won't. They never will. Because stolen moments aren't a life. So you have nothing. You have no one. End it now»


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Nicolinas - temos todos 17 anos

Foi quase um ano que passou por nós. 
O Pinheiro volta sexta-feira. 
Dentro do comboio deixei-me ir em introspecção e senti-me calma comigo e puxei a cassete a trás um ano...


Depois pensei que se fui 'naba' ele foi 'nabo' porque começou uma história sem acabar outra e voltou a sê-lo, comigo, outra vez comigo.

Apesar de tudo, o último Pinheiro foi bom, sei que estava feliz, tenho um sentimento bom quando o lembro. 

Este Pinheiro espero que seja igual ou melhor, não fossem estas as minhas festa preferidas da cidade.
Toda a gente sai à rua sem idade, de caixa na mão, num ruído imenso que deixa soltar a vontade de todos em resistir ao envelhecer. 

Sexta é dia de trazer os 17 anos no peito e lembrar que já estivemos lá e sabe-mo-nos maiores.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

mac mac mac

Ontem a ferros falei sobre o elefante que está sempre no canto da sala e orelhas baixas mas enorme. Ocupa aquele espaço que muitas vezes nos deixa em silêncios constrangedores.

O Mac tornou-se um ritual de sátira e maldizer. Cuscamos o mundo, rimos e tentamos ser amigas, porque entre mulheres é difícil. Há sempre um ressentimento, uma competição oculta. Há sempre qualquer coisa que tem de ser limada.

Lá falamos que nem sempre nos controlamos e eu sendo impulsiva/agressiva sou acima de tudo pequenina e medricas, medo que os outros só me vejam pelos defeitos que muitas vezes sufocam o meu melhor.

Falamos de Janeiro, estamos todas à espera de Janeiro como as crianças esperam o ano todo por um Pai Natal.

Dezembro será diferente e Janeiro pode ser o fim deste ciclo de colesterol por sonhos que a FCT não poderá proporcionar.

Mas rimos. Rimos muito e eu venho sempre feliz de lá!


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

love strangers


Gosto mais de blogs em que nunca vi a cara de quem escreve.  Perde-se o encanto e depois faz-me sentir machista por associações que não consigo evitar.




domingo, 10 de novembro de 2013

obrigações#1

Hoje obriguei-me a ver as notícias das 13h.
Está na altura de admitir que vivo neste país e que o aprecio demais para ignorar que, por exemplo, o Cogumelo é Rei por três dias no Fundão este fim-de-semana.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

mais e menos ais.

Ela disse-me:

«Estou resignada. Um dia destes o sol vai brilhar tanto que vou saber que passou... E até lá, vou esperar pelo dia no lugar mais bonito que conseguir alcançar, porque a vida é muito mais que dois.»

Estávamos sentadas, ficamos sentadas. 

Ela tem razão, há mais para ela, para mim. Há mais!


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Self Portrait

Sou tão transparente que usar  'invisibility cloak'  do Harry Potter não fazia sentido nenhum. Não há um ser naquela casa, naquela família que não saiba só de me olhar.

Self Portrait: ” Jeff ( Rene) Magritte

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Bitter Sweet Symphony

Enquanto caminhávamos na rua de Cedofeita, de copo na mão, ainda eu saboreava o rissol e tua a chamuça do 77, íamos de cerveja na mão a falar  de não sei o quê, não interessa na realidade e comecei a sair dali, a senti-me a viver um déjà-vu

Conversávamos à horas de nada e de tudo e era fácil. Íamos rindo e trocando ideias. 
Perguntei-me como chegamos a este ponto? 
Somos Amigos. Somos Amigos. Somos mesmo Amigos... e veio a associação o déjà-vu, o 'onde é que eu já vivi isto?'.

Sorri interiormente, talvez externamente também, mas tu nem reparaste ias a devorar a chamuça, és um glutão! 

Lembrei-te Elias e coloquei-te lá, ao meu lado, nas ruas de Gent ou outra cidade qualquer, de tantas que foram, não interessa o lugar mas o que deixamos lá de nós e o que trouxemos connosco: bocadinhos de felicidade, momentos.

Passei contigo a linha e agora passei com ele. A linha que deixa os desconfortos para lá. A linha que nos permite falar de tudo, opinar sobre tudo, rir sem medo da repreensão crua, de bocadinhos de felicidade, momentos.

Tenho dois sósias disto de ser Amigo. São diferentes mas iguais comigo. 

Porque esta vida é  Bitter Sweet Symphony!





quinta-feira, 24 de outubro de 2013

talvez deva experimentar ligar para o Departamento de Sensibilidade, Bom Senso e Orgulho

«Recebemos um alerta automático...e quando assim é, sou obrigado a avisá-lo.
Fiz alguma coisa que não devia.
Bem, temos registo de alguns silêncios desconfortáveis e também vários depósitos de palavras contidas.
Ok....
Vê, é isto a que me refiro, como seu gestor, devo aconselhá-lo a dosear melhor o seu silêncio.
Certo, mas o silêncio não é de ouro?
Exacto, por isso é que não deveria andar a gastá-lo nos sítios errados.»

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Outono o camisola 10

Foi uma confusão. Não foi perfeito. A dois é mais difícil para nós e para eles. Não é justo também. É no entanto um Lugar bom.Rimos e gostamos de estar. Remediamos e tudo se compôs. Somos duas e não é fácil gerir. Foi bonito ela gostou eu fui gostando. Eu ainda não sei partilhar isso, a individualidade mas foi bom. Cresci na viagem. Cresci nos últimos dias. Cresci. Tudo está bem quando acaba bem.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fermina Daza

Talvez Tránsito Ariza esteja enganado, ou certo, ainda não cheguei ao fim.
Talvez falar não faça nada bem mas melhore o desassossego.
Talvez esperar não seja a saída nem a solução, seja resignação.
Talvez ajudar-te não seja ajudar-te, seja suportar-te.
Talvez tudo seja demasiado pouco e muito seja uma canseira.
Cinquenta anos é muito tempo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Hás-de voar. Afinal, tens asas. Que também fazem os outros voar.

«Ninguém nasce para fazer os outros felizes. Isso é egoísmo. Dos outros. Nasce-se para ter uma história. Todos a temos. Algumas são fracas. Outros assim-assim. Depois há a tua. Que é a que ganha óscares.»

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Alive

Veio a nostalgia. Fui ver-nos naquele início. Fui ver que nós somos,existimos.
Sei que nem sempre estivemos de bem. Nem sempre demos as mãos. Que não concordamos com metade mas aceitamos os "não entendo". Disseram-me que o público não decide nada, que somos nós que decidimos.

Nós somos, existimos.

Fui lá ver-nos sorrir. Nas memórias. São boas, são leves. Assim de repente, veio um ponto de viragem, a Bold e depois ficou tudo muito Irregular, borratado a constrangimentos, culpa... Até que a maré desceu e tudo ficou mais claro, veio o calor de verão. Estamos bem.

Talvez seja o novo ponto de viragem. A maré subiu.

Nós somos, existimos.
Espero.
Espero-nos.






segunda-feira, 23 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Desumanização



«Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas.»
Valter Hugo Mãe





quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Just a reflection of a reflection


Now, the signals we send are deflected again.We’re still connected, But are we even friends?
It’s just a reflektor.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Levo comigo uma origem

«Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Quando era pequeno, os campos eram enormes. Cresci mais do que podia imaginar e, no entanto, os campos continuam enormes. Entre o que me puxa de um lado e de outro, há o meu lugar a manter-me firme, a fornecer-me equilíbrio infinito.

A diferença de forças é incomparável. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Levo comigo uma origem e um destino.

Levo comigo um sentido. Irreversível como um mergulho, não me perturbo. Eu tenho um lugar. Sinto que lhe conheço cada detalhe e, no entanto, todos os dias o exploro e lhe encontro novidade. No meu lugar, os sinos do adro dão as horas.

É difícil vermo-nos a nós próprios, sei bem. Falta a perspectiva da distância, os espelhos distorcem, o rosto com que nos olham está sempre tingido pela cor que trazem por dentro. É também por isso que me faz tanta falta o meu lugar. Sem ele, talvez acreditasse no primeiro reflexo que me apresentassem. Sem ele, talvez dependesse desses humores para imaginar quem sou.

Assim, estou preparado para atravessar o mundo inteiro. E, se mais mundo houver, mais mundo será tocado pela minha pele.

Mi-nha pe-le, palavras pronunciadas sílaba a sílaba. E nenhum continente é demasiado grande ou demasiado estéril para me impedir de atravessá-lo. E nenhum detetor de metais conseguirá identificar o tamanho e os ângulos do lugar que levo comigo: amor. Repito: amor.

Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Ainda rodo sobre mim próprio e, depois do mundo fosco, preciso de acreditar na nitidez que transporto, esse lugar meu, onde descanso e onde não sou um postal de tiragens sem fim, sempre deturpado um pouco mais, um pouco mais, milímetro a milímetro. Agradeço todo o contraste que consigo trazer para o caminho que construo. Não coloco limites nas temperaturas a que quero sujeitar os meus sentidos e nas lições que quero aprender.

Mas felizmente, tenho o meu lugar. Acompanha-me como um deus.»

O meu lugar, José Luís Peixoto


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Rodrigo Leão

São os sacos que carrego e me deixam corcunda.
É o lembrar-te em coisas que não quero gostar porque são para os apaixonados.
Vou saltar, correr e dançar por mim sem pensar em mais ninguém.
Deixei crescer o narcisismo e permiti-me a errar.
Ser-se esquisita passou a ser elogio.
Esquecer como acabamos o ano e negarmos o medo de saber como vamos começar um outro.
Abraça-me esta noite e nunca mais.
Vou correr o mundo.
Deixo o lado negro correr livremente e mudar-me a vida sem pensar que não era suposto ser assim.
Assumi o retrocesso e o imoral. Estou apaixonada pela ideia do lado errado.

«I'm not a bad person. I'm a real good person.», Aileen, Monsters 2003




terça-feira, 3 de setembro de 2013

acho que quero voltar




segunda-feira, 29 de julho de 2013

REW ▻ PLAY ··PAUSE ··STOP (?)


Ontem marquei o dia com uma caminhada com os escuteiros pela manhã até à Senhora da Saúde, e marquei a tarde comigo, com uma maratona de filmes. 
Vi o Último Samurai pela 101 vez, vi o Incrível Hulk, vi Young Adult e por fim, Orgulho e Preconceito. Limitei-me a saltar entre a TvCine4 e o AXN. Fui dormir com um torcicolo e com o rabo quadrado de tanto sentar e deitar no sofá. 


Hoje, durante o banho, e não sou daquele tipo de pessoas que toma decisões enquanto tem champô na cabeça, aliás nada tenho na cabeça enquanto a lavo, só mesmo a espuma, normalmente é um acto de ausência em mim. Mas bem, hoje mais acordada que o costume, decidi dar um tempo comigo mesma, com a Freckles.

Vou ausentar-me desta escrita. Se calhar é só um "até amanhã".  


"Oh yes, the past can hurt. But you can either run from it, or learn from it."
Rafiki, from The Lion King

■ - ► - װ 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

mau acordar

Hoje sentei-me no trono. É cor de rosa. Raramente lá me sento. Acordei  e sentei-me lá. Chorei. Foi o sonho. Foi a história. Não existe mais. Aquela história de contar, rir, corar. A primeira história. Desvaneceu. Foi-se. Já não a conto. Choro-a. O sorriso de fazer sorrir em horas más. Lembrei-te. Sacudi as lágrimas. Levantei-me. Ostento demasiado cor de rosa no quarto. Comecei a cantarolar Time. Passou.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Alive #3 - the end

O Recreio:

Sexta-feira, dia 12, de stand em stand lá fomos metendo à mochila toda a espécie de brindes que nos iam oferecendo. Somos os caça t-shirts e fazendo jus ao nome, corremos as tascas todas! 
Pela guerra de cores até a um karaoke, pela bela da t-shirt arrisca-se a dignidade. Isto ao som de Stereophonics e Biffy Clyro. Paramos de coleccionar quando Two Door Cinema Club deu o ar da sua graça. Seguiu-se Green day e desistiu-se a meio (não estava a ser mau, mas também não estava a ser espectacular) para ver Edward Sharpe and the Magnetic Zeros. Dançou-se muito em volta das mochilas. Quando os Vampire Weekend entraram em palco foi uma explosão de alegria e de loucos aos saltos (eu inclusive), diga-se que foi o ponto alto da noite e o Top4 dos 3 dias.
Deu-se uma oportunidade a Steve Aoki (muito forte) e depois Crystal Fighters, que não foi nada mau. 
15 minutos de fila para apanhar o táxi. Rumamos à Reboleira e enquanto os meninos jogavam Fifa ás 4h da matina eu deitei-me a dormir no canto mais próximo da porta, foi onde a energia acabou.

Sábado, novo dia, nova alegria. Enquanto os Jurassic5 faziam o pessoal quebrar o joelho com o seu som, nós andávamos na çaca da t-shirt (não conseguimos resistir).

Depois rumamos para a frente do palco para ver Editors (que foi sem sal) e depois os Reis da noite: Depeche mode. Foi muito bom, fartei-me de saltar e cantar, Dave Gahan mostrou mais com 51 anos que Tom Smith de 32 anos.
E depois? Nada. 2ManyDjs muito mainstream para a hora e Icona POP cancelado. Os substitutos eram fraquinhos e houve um compasso de 2 horas mortas no recinto. Lá se fez o esforço para esperar por Crystal Castles, que dada a performance, foi um desperdício de energia.

Uns mesmo 15 minutos de fila e um mesmo final de noite.

Domingo, the end, sem caça t-shirts de serviço, havia prioridades: Caçar vários concertos. Deixámos para trás Alt-J e Twin Shadow, era importante ver Tampe Impala, Phoenix e Kings of Leon lá da frente, a uns pequenos 15 metros das grades. O melhor concerto? Phoenix, adorei e nem um terço das músicas conhecia, mas foi tão forte, tão impecável. 
Kings of Leon foi muito bom, sempre aos saltos. Deu-me a fraqueza emocional no encore, acabou por me estragar o concerto, ensopada em lágrimas. Fora isso, foram bons. Mas dispenso ouvir tão cedo um mero acorde deles.
Corri pela multidão para apanhar Band of Horses em palco e para fugir de quem não me reconheceu, apática em Sex on fire. Consegui ouvir The Funeral e No one's gonna love you. Já sem forças nas pernas, depois de tantas horas de pé, consegui dar duas oportunidades a Django Django, depois fui sentar-me a ouvi-los de fundo. Não são maravilhosos, mas ouve-se muito bem. The Bloody Beetroots quis fritar-nos o cérebro, por isso bazamos antes que se desse o irreversível.
Foi Top! Mas acabou-se o recreio:

1. http://www.youtube.com/watch?v=p9D1Fv7kKsk
2. http://www.youtube.com/watch?v=4BWRRHgJ2kg
3. http://www.youtube.com/watch?v=Qn--x4CI1jM
4. http://www.youtube.com/watch?v=vXy3XPtf9rw
5. http://www.youtube.com/watch?v=ENKH9dD2V2A
6.http://www.youtube.com/watch?v=f1eeFfKNXtw
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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Alive #2

Fui e vim. Foram bons dias com um bocadinho de tudo. Parece-me sempre que não tenho muitos defeitos até mos apontarem. Foi um bom Alive, algumas pessoas caíram do pedestal, outras souberam lá manter-se. E eu vi quão moralista sou. Sou muito. Sou de extremos e não é bonito. Depois de lutar contra o oferecida, parolinha e um bocadinho totó, vejo que quero toda a gente perfeita e isso não existe... deixo de pensar demasiado no assunto e começo a cantarolar. Quando vejo que nada mudará, canto! Que mais posso eu fazer? Quem canta seus males espanta!

Se calhar sou mesmo como as vacas, como mo explicaram há uns dias: " a mosca varejeira chateia a vaca o dia todo, e ela sabes o que faz? Sacode-as com o rabo, sem se chatear muito. Tu és assim, vais dando com o rabo e ignoras". Dado que a pessoa que disse isto auto-intitulou-se de mosca varejeira, não levei a peito o facto de eu ser a vaca.
Bem isto é verdade até ao momento que eu rebento, grito-choro, tudo em coisa de 60 segundos... e tudo depois volta à estaca zero...Varia consoante o assunto.

O ano passado também se fez birras mais viradas para o que não se fazia com o tempo... desta vez viradas para moralismos e amor-próprio. Destas vez só um de nós viu os amuos, o ano passado embirramos todos.
Parece que 3 dias é muito para mim num espaço confinado. 
Se dissesse que não tive óptimos momentos mentia. Tive bons momentos. Mas acho que não volto à Reboleira, caiu-se-me do pedestal.

A verdade é que Alive me sinto no recinto... que bom que tem sido: foi o ano passado e este ano ainda foi melhor... Sou feliz no meio da música, como uma criança no tempo de recreio. É o meu verdadeiro recreio.


Foi Optimus!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nunca mais é sexta-feira

Está sol e há aviões lá trás, estava a brincar. Atrás na realidade há uma secretária igual a esta, mas com um candeeiro vermelho em cima... (been evil!)
Não há grandes histórias para contar, no fundo nada mudou e tudo está igual ao tremoço.

Depois de uma descida de kayak bem agradável e um fim de dia na piscina de estranhos ricos, senti-me certa e com vontade de fugir. Não há nada que eu possa fazer, não é possível obrigar-me a gostar. Não, mas eu gostava.. se calhar não gostava ou não fugia a sete pés, caso os tivesse.

Bem, serei eu demais independente e mais independente que nunca? Fria que nem um cubinho de gelo? É certo que não quero saber a resposta e de asas abertas em voos bem peculiares sem nada a apontar... Não há mais que se lhe diga, nasceu, diga-se nasci de madrugada, não poderia dar em boa coisa.

Em preparação psicológica para o Alive, para o prazer da música e o cansaço muscular, para as decepções e para as surpresas. Já estou em modo Depeche mode... Anda daí rapaz que já tenho as orelhas a brilhar para ti...


segunda-feira, 1 de julho de 2013

*pow!*

Desisto. Afinal ainda me afecta. Tudo me afecta. Desisto. Impregnei a força no taco! Aí vai a bola da resignação...
 Sujeição paciente às contrariedades da vida...

terça-feira, 25 de junho de 2013

cacos de consciência

Acho que estou partida em dois. Os meus cacos, os dois têm vontades diferentes, ânimos opostos. Um claramente é dominante, terá certamente um volume superior ao segundo, por metro quadrado de pessoa que sou. O segundo é mais intenso e quando consegue adormecer o primeiro com verdades, sim, é com verdades que ele dá o ar de sua graça... aparece de pantufas e arrasa-me. Hoje arrasou-me. Hoje fez-me voltar lá, ao mastigado e recalcado sítio escuro onde estou só eu, eu e ela, a consciência. Sabe que tenho medo do escuro e por isso apaga-me as luzes. Obriga-me a ficar lá, naquela introspecção que me quebra, que me faz mirar o chão de tristeza... Odeio olha-la de frente, de ser consciente, fria.. de ser menina má comigo... isto chamado "Hoje" foi mau, acabou escuro e sem leme!

"Pode ser que nos guie uma ilusão; a consciência, porém, é que nos não guia." 
Fernando Pessoa

quinta-feira, 20 de junho de 2013

uma questão mental....

Estou decidida a deixar passar por mim tudo quanto me irrita. Depois, assim que a distância o permita, delicadamente, estico o pé e faço uma rasteira psicológica e ponho-me a rir de satisfação imaginária. 
Digamos, de forma a nos entendermos, que é do tipo ou género semelhante a chamar vaca a uma vaca, alto, de pulmões cheios e cordas vocais histéricas. Eu gosto! Além de me fazer rir, depois do acto de gritar ao ponto de agitar a cabeça,  sinto-me bem, e com elas, ninguém me condena, de alguma forma não deixa de ser irónico... e mais, não é de perder a  caricata cara de quem assiste, da mesma forma que será a cara de quem me vir rir de uma rasteira que nunca aconteceu mesmo que seja ela a vítima da minha sátira mental.. muahahahahaha


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Não digas nada...Deixa esquecer

Não há nada pior do que não ter nada para dizer. Fica aquele silêncio denso que quase nos obriga a falar do tempo, a lembrar o Nuno Markl e os seus desbloqueadores de conversa (ou serão do Ricardo A.P.?). 
Têm sido dias de alguns "grandes nadas" para dizer, de algum desinteresse e dor desinteressada. 
Não é porque desgoste da pessoa ou pessoas, é pela imposição de compromisso que advém dali. 
No fundo as confusões que me assombram, os desamores que vivo são porque no final eu continuo só, continuo assim, livre de responsabilidades, livre de me comprometer. Livre de magoar, livre de ver sofrer.
Não é saudável de facto mas é assim, é o meu modus operandi, é involuntário, mas quando olho para trás é bem real... Todos que implicavam possibilidade eu afastei e aqueles que se viam impossíveis eu quis para mim... um mais que os outros, mas assim o foi...
Agora perante esforços alheios à possibilidade de existir, eu nada tenho para dizer e não há nada pior do que não ter nada para dizer e mesmo assim ter de o fazer:

Não digas nada! 
Nem mesmo a verdade 
Há tanta suavidade em nada se dizer 
E tudo se entender — 
Tudo metade 
De sentir e de ver... 
Não digas nada 
Deixa esquecer 

Talvez que amanhã 
Em outra paisagem 
Digas que foi vã 
Toda essa viagem 
Até onde quis 
Ser quem me agrada... 
Mas ali fui feliz 
Não digas nada. 

«Não Digas Nada!», Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

quarta-feira, 12 de junho de 2013

ginga ginga, cintura de vespa

Voltamos. Cheias de emoção. Cheias de histórias. Cheias de risos. Cheias de alegria. Cheias de bons momentos... Cheias de french fries… Voltamos.

4 noites, 5 dias de boas memórias, de frenesim e de “ginga ginga, cintura de vespa”, de piadas com qashqai. E o cash caiu.

Porto. Eindohven. Excitação. Bulldog. Risos. Estalos no cérebro. Red street Light. Qashqai. Bélgica. Road trip. Antuérpia. Dormir de pé. Brugge. Snuffel Backpacker Hostel. Flirt com o bartender. Hugh (Heath) Ledger. Olhar de artista. Modos desajeitados. Nervosinho quando pressionado por 5 mulheres. Free tour de olhos regalados. Lindo. Americano.Olhos rasgados. Canais. Barcos. Escadas nos telhados. Fries. Beer. Waffles. Fries. Beer. Beer e fries. Happy hour. Viva la Espanha. Damas com copos de cerveja. Lavagem sexy da mesa. Banho de água fria. Balneários mistos. Corrente em vez de torneira.  Gent. Davy. Saudade. Jantar português com o Hugh chamado Mickael. Festa. Piadas. Felicidade. Vergonha. Tridominó e bilhetinho. Risos. Muitos risos. Mais vergonha. Correr um país em meio dia. Correr pelo avião. Taxista. Burro. Muita emoção. Greve francesa. Lágrimas. Ufa. We did it!

Voltamos! Foi bom! Muito Bom! Vim feliz e com vocês aqui, bem marcadas no meu coração.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sonho. Não Sei quem Sou

Ando numa vida de noites mal dormidas. Ora porque sonho com discussões políticas entre mim e as cadeiras vazias, ora porque a ansiedade das férias que começam já amanhã me atacam... ora porque sonho com o beijo.

A viagem começa amanhã, vamos rumar à Holanda, as quatro em busca do quinto elemento. Depois, juntas e já as cinco, vamos partir para a Bélgica, visitar o sítio do mundo onde fui mais eu, onde tenho memórias boas, tão boas que quero voltar... e que um dia quero ficar.
Quando voltarmos faço as contas e o balanço de cinco dias em terras minhas.

Depois é a política que me aflige, porque penso eu, nunca me preocupou tanto porque nunca o quis tanto, e no meu sonho eu estou sempre sozinha a falar para as cadeiras altas, de pinho, cheias de ordenados e de assento vermelho aveludado. A mesa tem uma toalha branca em linho, cheia de croché nas pontas... Toda a sala é antiga e familiar, mas no sonho não me sinto em casa, sei que não pertenço ao espaço, que sou visita e que tenho algo a provar.

E o raio do beijo? 
O beijo, esse momento de desespero (talvez seja essa a palavra que representa melhor o momento) é me sempre doloroso, tenho a sensação que o nego, que o evito mas que acontece sempre. Não devia ter desejado mais, pedir mais, ou mesmo ter permitido. Não devia! Os abraços ainda me perseguem, ainda sinto as mãos nas minhas mãos. Sinto que perdi tudo ali, naquela noite e que não vou voltar a ter porque certamente, nunca foram esses os fados traçados para aquelas mãos, aqueles lábios e para aquele abraço... pois nada me pertence.

No final, nas manhãs que se seguem ao tumulto das noites, não me sinto cansada de tanta volta entre lençóis, rejeições de pensamentos e sonhos. Sinto-me intrigada por saber processar e nem por isso andar para a frente com tudo. 


Sonho. Não sei quem sou neste momento. 
Durmo sentindo-me. Na hora calma 
Meu pensamento esquece o pensamento, 
             Minha alma não tem alma. 

Se existo é um erro eu o saber. Se acordo 
Parece que erro. Sinto que não sei. 
Nada quero nem tenho nem recordo. 
             Não tenho ser nem lei. 

Lapso da consciência entre ilusões, 
Fantasmas me limitam e me contêm. 
Dorme insciente de alheios corações, 
             Coração de ninguém. 

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

domingo, 2 de junho de 2013

2 am

Fico um bocadinho atada do cérebro com acidentes de automóveis, principalmente quando eu estou envolvida. Fico gelada e o meu cérebro também... Tenho muito medinho!!
Ontem vinha eu no carro de uma amiga, que por sinal conduz muito mal e me obriga a segurar-me à porta como se aquela porta fosse um escudo de protecção e dela dependesse a minha vida. De repente ouve-se um grande estrondo e ela grita:
-Caputou!
Eu em pânico começo a olhar à volta confusa, apalpo-me e não me sinto de cabeça para baixo, a medo pergunto: 
-Quem? Nós?
Ela incrédula a olhar para mim, eu a olhar para ela e ela volta aos gritos e diz:
-Tás parva. Liga o 112!
Eu ainda mais demente digo:
-Quem? Eu? Como?
Ela sem entender o que eu dizia deu-me o telemóvel para a mão e marcou 112, enquanto encostava o carro, uma vez que eu continuava em pânico agarrada à porta. Entretanto já tinha percebido que era o carro de trás a causa de  todo o cenário, mas nem por isso deixei de tremer.

Saí do carro aflita com o 112 do outro lado da linha, que insistia na pergunta «há feridos?». Corri até ao carro que já tinha uma porta aberta, tremia por todos os lados, e perguntei ao um jovem que estava junto ao carro se havia feridos.
Ele disse-me que não, e estranhamente havia um segundo individuo dentro do carro a fazer qualquer coisa. Voltei a perguntar se ele estava bem, enquanto que o senhor do 112 me dizia que ia enviar um carro patrulha, uma vez que não havia feridos. Desligou. 
Fiquei intrigada e mantive-me na espreitar... Quando o meu espanto, percebo que o segundo individuo estava a recolher material ilegal do carro... prevenindo, antes que a policia chegasse.

Voltei ao carro, ainda a tremer e sem saber o que pensar do que acabara de acontecer-me às duas da manhã de um tranquilo (até ali) sábado à noite

Moral da história? 
Como diz a minha mãe: «Não uses meias rotas, não sabes se acabas no hospital!».

quinta-feira, 30 de maio de 2013

quero partir pratos..

Não é pelas hormonas é por mim. Não gosto de sombras, não gosto de "amigos" à Daniel Oliveira, e também não gosto do Daniel Oliveira. 
Não gosto de fretes e muito menos quando sem alternativa os tenho de fazer. 
Não gosto de ser do contra, mas hoje não há que lhe fazer... A cereja no topo do bolo é a felicidade alheia... esta vai para além do não gosto. Hoje não há mesmo nada que lhe fazer.
O ideal era partir pratos na cabeça de pessoas ao som disto... Partir na boca delas também alegra... mas pronto, mentalmente esta ideia já é moderadamente satisfatória.



terça-feira, 28 de maio de 2013

winter is coming

Pensar que em Junho começam as continuadas dores de cabeça, apetece-me hibernar... até dizem por aí que é tempo disso (meteorologicamente falando).

PS: ando de cabeça enterrada na neve ou melhor nas profundezas de Games of Thrones.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Només # 4

«Només em terras catalãs era palavra negra, palavra só, assim um pouco como ele. 
Sempre o foi, o mar quis assim. Isso fez dele menos certo, menos crente, menos Ele.

Cresceu entre todos os pobres da aldeia e ricos em amor. Correu pelas ruas de mãos dadas com Maria, Alonso e Joaquim. De sonhos alheios deixaram cair por terra o desejo de saírem de Barceloneta juntos. Foram os livros de Només que os fizeram querer conhecer mais e foram eles que criaram fendas que nunca mais se fecharam.

O amor por Maria separou os três e destruiu-os nas suas fraquezas mais profundas. Alonso e Joaquim ficaram presos aos dissabores da terra onde cresceram. Já Només o destino fez-se diferente. Rumou a Portugal sem rumo e de aliança com um galego que lhe deu o mundo, que o transformou, mas que nunca lhe conseguiu concertar o que o mar e o amor lhe causaram.

Depois de homem feito e formado pela Invicta e por Cármen, a irmã do galego doutor Humberto, que criara por ele uma paixão que a consumira a ela e o desgastara a ele, que ditou os caminhos dele. Sempre com o apoio do Doutor Humberto deixou o Porto e abraçou Paris. Aí encontrou os grandes amigos de uma vida. Aí sentiu-se maior. Conquistou a escrita e as mulheres, conquistou a juventude e perseguiu Maria, o seu grande amor. Percebeu, depois do primeiro reencontro que o primeiro amor, aquele que para sempre lhe aqueceria a alma como nenhum que fosse capaz de sentir, era o oásis que se espera e nunca se encontra. 

Foi ali, com Maria grávida por outro homem, menor que ele, que quis abandonar a forma de vida que tinha e encontrar a que o Només carregava. Optou pela solidão numa pequena casa da costa portuguesa. 
Fechado numa vida sem sabor, começou a escrever, aquilo que sempre carregara aos ombros, mas que até ali nenhuma serenidade possuía para o começar a fazer.

Moldou a nova vida e a nova casa ao que vivera na Invicta e em Paris. No acaso e momento de desespero de Matilde, voltou a tocar o mundo. Voltou a senti-lo e recomeçou. Recomeçou por pedir perdão por sucessivos abandonos e não retornos. Percebeu que o amor de criança estava disponível por fim. Optou por não o querer, preferia um coração sozinho que um amor demasiado desejado. Não podia magoar mais ninguém, sabia que o preço seria alto em alguma curva da vida.
Ficou com Matilde, com a escrita e com a vida sem emoções que já não queria nele, porque já era pontualmente feliz.»

A. Jorge Feliciano

sábado, 18 de maio de 2013

Enterramos a gata


Entrei com as pessoas menos certas. As que me fazem sentir insegura, que me fazem sentir a necessidade de estar sempre correcta. Cansei-me e em todos os rostos procurava a saída. Olhei a multidão vezes mil e vi sempre quem não podia. 
Sem querer encontrei-a, a saída do mundo menos claro, a entrada no meu mundo, no mundo do dia-adia. Ali no meio deles e com eles sinto-me bem, alegre, sem nada a provar. Ali entre eles salto, grito, canto, riu sem medos... pontualmente feliz.
Ali, com quem de nada espero senti-me «eu» com toda a naturalidade e simplicidade que reconheço. Vim de peito feito, bifana numa mão e satisfação na outra.


terça-feira, 14 de maio de 2013

Cão - o meu Charlie Brown

Hoje uma das pequenas faz anos, a M. a Cão. Hoje a pequena que gritava por mim a pulmões abertos sempre que eu me afastava 2 metros dela está grande, maior que eu em muitos aspectos.

Entre nós sempre foi fácil, não é só a convivência, lá no fundo há tanta coisa em comum que é bom quando estamos juntas, é único.
Raramente falamos de coisas tristes ou más, só quando não dá mais e o nosso esqueleto rebenta e aí apanhamos os cacos e forçamos-nos a levantar a moral do chão. Preferimos as piadas e as risadas, ser criança com corações de desenho animado.
Não deixámos que os problemas dos outros nos atropelem e mantemos tudo limpinho entre nós, só assim podemos ser o que somos, sempre.

É um amor meu e hoje exige do alto do seu humor que lhe obedeçam, sempre com uma gargalhada pura de quem ama o simples e vê o mundo a preto e branco e que por isso mesmo, só ser forte é que faz sentido!





sexta-feira, 10 de maio de 2013

empty

A minha ausência sente-se por aqui por não haver muito a dizer. As coisas lá se vão desenrolando ora em modo desacelerado ora em modo "high speed".
Nada extraordinário acontece, nada de novo me encanta. Bem, talvez este senhor me anime sempre que o ouço:

E na realidade nada tenho para dizer! 

sábado, 4 de maio de 2013

Tenho família em 3 cantos... sou nómada no amor

Ele veio, o sol veio! Com o sol vieram as mini férias! O Porto recebeu-nos bem. A mim e à Anna! Passado dois anos foi ali, em pleno Sá Carneiro que vi que nada mudou. Nada, nem o nosso inglês que continua cheio de sotaque, palavras portuguesas e espanholas sempre que o inglês não estica mais. Nada, nem a nossa amizade que parece que parámos ontem dada toda a facilidade que foi voltar a falar, rir e partilhar. O tempo não nos mudou, a nós, aquilo que criamos em Gent, aquilo que fez de Gent a cidade mais linda do mundo, aquilo que fez Fevereiro, Março, Abril, Maio e Junho de 2011, cada um deles, um mês feliz.
Claro que sem o Elias fomos um bocadinho saudosistas, sempre a lembrá-lo, aqui e ali. Foram dias de amizade, como sempre. Ela diz que eu penso de mais e sempre de menos em mim, que não me entende. Eu invejo a simplicidade dela e a destreza que carrega nas decisões, e ela ri-se, com um "come on!".

Descobri que conheço muito mal o Porto e sou a pior guia da história. Descobri que sou capaz de me lançar a conversas com desconhecidos e fazer amigos, assim, porque o sotaque me encantou e porque a beleza era maravilhosa nele. Descobri que há mais no virar da curva e  nada preciso temer, o pequeno-almoço provou isso.

Trouxe-a à minha terra, apresentei-a à família. Aí foi ela que confessou a inveja que sentiu quando me viu tão bem acompanhada. Nunca concordamos num ponto: viver sozinho. Eu gostava mas não o faço porque tenho a família aqui, ao pé de mim, faz-me confusão deixá-los. Ela fez-lo muito nova porque «sim», porque acha que é assim que deve ser. Ontem, quando se despediu de lágrimas nos olhos disse: "now i get it, they are perfect... as you".
Vim embora de coraçãozinho apertado mas feliz, adorei voltar a viver a nossa amizade. Foram 4 dias de memórias e laços criados, desta vez baptizados pelo sol do Porto, o mar de Viana, as ruas de Braga, o castelo de Guimarães e de muita comida portuguesa, com certeza.

Hoje para servir de prova conceito ao que ela me disse na despedida, juntei os dois manos e metemos mãos à obra. Dedicamos a tarde à bricolage. No fim, depois de um grande lanche, o sorriso era evidente, a satisfação era de todos. O baloiço está quase pronto e talvez no próximo domingo eu esteja lá pronta para dormir uma "ciesta".


"The better part of one's life consists of his friendships.” Lincoln , Abraham

domingo, 28 de abril de 2013

Fado cravo

Não é sempre verdade que me sinto resolvida. Não é certo o rumo que quero tomar. Não é mentira que procuro uma saída, sem na verdade acreditar que me resolva, que me encaminhe e me faça parar de procurar. 

Não sei por que agrado, 
Enche-se de lágrimas 
Meu olhar parado. 

Recordo outro ouvir-te, 
Não sei se te ouvi 
Nessa minha infância 
Que me lembra em ti. 

Com que ânsia tão raiva 
Quero aquele outrora! 
E eu era feliz? Não sei: 
Fui-o outrora agora. 

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

segunda-feira, 22 de abril de 2013

floating on a tidal wave

Sonhei com o R. a gritar. Estava de t-shirt vermelha e ar zangado. Foi apenas isto que retive do sonho. Havia ira açoriana, havia razão. 
Acho que por me ter esquecido do aniversário dele no dia 16, fiquei com um peso na consciência e ontem extravasou para o sonho. O meu inconsciente precisou de massacrar o consciente com a falta de consideração que foi o meu esquecimento. 
Ele mostrou-me Lisboa, deu-me tecto e foi meu amigo, e eu em seis meses esqueci, esqueci o aniversário dele. Não é bonito, eu sei senhor grilo falante, não é nada bonito. A verdade é que perdemos o rumo um do outro e não soubemos querer ser amigos. Ás vezes não podemos atar pontas soltas. Com ele as pontas soltas eram mais felizes do que as agora atadas. 

domingo, 21 de abril de 2013

Tenho tanto sentimento

«As coisas fazem-se sem expectativas, não é sempre certo que o abrir da janela revele um dia se sol. Habituá-mo-nos a esperar por dias melhores, por pessoas melhoras... por sol. Então sentá-mo-nos nos dias e vamos relativizando. Ocupá-mo-nos com coisas mais importantes ou com pequenos nadas, como estender ao sol a ler. Criar laços com nós mesmos e sabermos suportar a nossa própria companhia sem nos sentir-mo-nos sós é o chamado, Ser moderno. 
Ela habituou-se a noites com séries, filmes e livros. A sábados entre crianças e bolos. A domingos de descanso, ora ao sol em dias quentes, ora a dormir entre cobertores em dias frios. Aprendeu a dar valor a quem sempre pode à sexta-feira estar com ela e a quem ao sábado precisa de a ouvir. Sabe-o muito bem e entende que seja preciso ter isso com amigos e aprendeu a não pedir mais a quem não pensa retribuir. Sim, sente agora que muitos só sabem receber e nada apreenderam sobre "dar" mas já não se chateia. Gosta de ouvir o rio, gosta de ouvir o mar. Gosta de música e de ouvir fados, de histórias e vidas. Gosta de ouvir risos, gosta de sol, praia e de trilhos. Gosta da família e do amor fácil. Gosta de ser forte e prática. Gosta de escrever, de ler, de falar da alma, de exagerar e dramatizar... Gosta de dizer que "gosta" e gosta de sentimentos:

Tenho tanto sentimento 
Que é frequente persuadir-me 
De que sou sentimental, 
Mas reconheço, ao medir-me, 
Que tudo isso é pensamento, 
Que não senti afinal. 

Temos, todos que vivemos, 
Uma vida que é vivida 
E outra vida que é pensada, 
E a única vida que temos 
É essa que é dividida 
Entre a verdadeira e a errada. 

Qual porém é a verdadeira 
E qual errada, ninguém 
Nos saberá explicar; 
E vivemos de maneira 
Que a vida que a gente tem 
É a que tem que pensar. 

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Shame on you!

Massagem de corpo inteiro:

- uuuu (gritinho de fazer inveja quando se fala com as amigas) vou fazer uma massagem de corpo inteiro! Já me estou a imaginar super mega relaxada. A vida é bela! - disse eu.

Freckles vai ao spa. Tem dificuldade em encontrar aquilo. Stressa e dá mais 3 voltas ao quarteirão. Estaciona finalmente e bufa! 
Entra e pensa «vou relaxar tanto que nada importa».

- A menina já vai entrar, aguarde por favor - diz simpaticamente a jovem que está sentada atrás de um balcão em forma de espreguiçadeira chic.
Sentei-me num sofá que me afundou de tão confortável que era. Sorri.
.
.
.
- É a menina Freckles? - diz-me um homem
Tremi, «mau mau mau, diz-lhe que não!».
- Sim - disse eu a medo e com expressão de desconforto.
- Venha comigo, por favor, vamos lá fazer a massagem.Corpo inteiro, não é?
«Nãoooooooo! É gay, é gay, é gay!» gritava eu mentalmente. Depois disse-me para ficar em langerie e que voltaria num instante.
Pensei em fugir! 
Respirei. Mudei de estratégia e comecei a tentar convencer-me que ele era um profissional, que não teria pensamentos impuros nem ia julgar nada neste corpinho!

Um hora depois, saí menos relaxada que a expectativa inicial, mais envergonhada (era um homem não consegui evitar não ter preconceito) e mais chateada por ter duvidado do profissionalismo dele (por ele ter nascido homem, e por escolher uma profissão que eu como mãe dele não aprovaria).

Não olhei uma vez directamente para a cara dele, só para nunca o reconhecer na rua, que vergonha!

Ora o senhor foi muito cuidadoso e claramente percebeu que era uma provinciana!

Shame on you, Freckles! Shame on you!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Time

«Enquanto os cheiros da manhã a despertavam, olhou-se no retrovisor, fechou a janela do carro, esperou pelo verde e suspirou. Naquele suspiro limpou a alma:
 Já não pensa em pilotar aviões ou mesmo saltar deles. Já não pensa em trazer a espada à cinta e usa-la em gargantas que pensam em enfrenta-la. Já não tem intenções de usar pala, nem de nadar com apenas um braço para salvar a sua obra. Desistiu de atravessar a muralha da China a pé, já só admite sair do carro e pisá-la com força e seguir viagem. Domar leões de chicote e turbante na cabeça já não é hipótese e  ir ao circo ver fazê-lo ainda menos. Já não tem tempo para idealiza-lo, o mundo e ela.Tem usado cada vez menos o coração... Já não tem tempo para ele."

domingo, 14 de abril de 2013

Cabedelo


"The summer windCame blowin' In from across the sea, It lingered there To to touch your hair (...)" 


Quente, frio, vento e brisa e muita areia no ar. Estava bom. O Cabedelo é assim, é a minha praia. Foi a primeira praia, a grande paixão de areia fina, de vento norte e frio, de manhãs de praia e tarde na rede a ler e a dormir. A minha mãe Pi conta que levou-me à praia com apenas 2 meses, é aquela a praia, a nossa, e dali só arredamos pé nas férias de 98. Apesar de já não lá fazermos férias como antes, somos apaixonados. Montávamos ferro em Abril e levantávamos em Setembro. Até Ao fim do mês de Setembro todos os bocadinhos que haviam: fins de semana, feriados e mini-férias ou mesmo férias "grandes", lá estávamos nós. Havia risos, havia muita felicidade nesses dias. Ainda hoje passamos uma semana lá, a semana das festa de Viana, para relembrar. Acho que é o reconforto que sentimos e que nos faz lá voltar. 
Hoje, no primeiro dia de sol quente que tanto ansiamos, foi brindado com a alegria de voltar a ver o céu azul e o mar meigo na areia branca, que em silêncio me faz sorrir. Foi ali que aprendemos a sonhar!



quarta-feira, 10 de abril de 2013

True

"Everybody is looking for somebody else, until they settle for the person they're with!" @ Tyler, Men at Work, season 2


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Rugas

Chovia, melhor dizendo chuviscava e eu vinha embalada na estrada escura e brilhante quando nela reflectiam as luzes dos carros que se cruzavam comigo.
Ligava eu o limpa-para-brisas quando os chuviscos me incomodavam e pensava no meu dia, no meu fim de semana, neste e naquele, em sorrisos e palavras, ausências e silêncios quando dei comigo a balançar-me deliciada. Inclinava a cabeça com a melodia e punha o ouvido a jeito como estivesse lá, no clube de Jazz de Gant, só mais uma vez. Ali, naquela nuvem mágica amarela e cinzenta dos pequenos nevoeiros dos cigarros que todos fumavam. Balançando-me uma vez mais de olhos semicerrados  quase a levitar de tão bom que soava aquela música a tocar tão perto de mim.

Voltei quando uma voz rouca interrompeu dizendo: Jazz a dois!

Olhei para o visor e nele vi escrito «Antena2». Respirei fundo, estava descansada, (quem faz exercício não fica cansado, mas descansado), olhei a estrada e estranhei-me. Pensei: «Estou velha! Passei o limite, depois de uma aula de hidroginástica em que a média de idades dos alunos rondava os 55 anos e jacuzzi, estou derretida a ouvir Jazz! Daqui a nada tenho uma garrafa de água quente nos pés e o chá a fumegar enquanto vejo a novela».







Running

Foi um fim de semana bom! Bom mesmo! Cheio de cor, de conversas, de Salsa e Merengue.
Foi estar entre amigos e vê-los de mais perto, mesmo de longe. Foi sentir a estranheza de olhar em volta e sentir que já não gatinho.

Andei nervosa, roedora de unhas e armada em croquete em noites mal dormidas, por nada. Talvez o trabalho me aflija mais do que eu gostava. Os dias a passar e tanto por fazer, dão-me nos nervos.

Entrei na aventura de sábado de pé atrás. Acho que sou como a minha mãe, não gosto de dar passos assim: dormir aqui e ali, sem conhecer, sem sentir aquele bocadinho de confiança que me é precisa e com amigos ás vezes menos amigos, mas lancei-me. Fui! Sorriso amarelo a medo e de passo entre passo, deixei-me envolver no ambiente familiar, no aconchego que se vê e sente em todos os cantos e...relaxei! Relaxei de tal forma que depois foi sempre a sorrir...fazia-me falta esse sossego, essa coisa que se deu, já algum tempo que não me sentia assim.




domingo, 31 de março de 2013

Mind the Gap: Se ele não vai é porque não está, que isto as coisas são como são



«Se ele estiver mesmo apaixonado, minhas senhoras, podem ter a certeza que irá convosco até ao fim do mundo, só porque sim, só porque não há como não ir.» Daqui!

assim se fala em bom português na casa de banho

Freckles vai à casa de banho de uma bar e como sempre está fila para o género feminino e vazio para o género masculino. 
Pensa «Dammit, sempre a mesma história!». Duas jovens-ó-parolas retocavam o batom e contrariando a minha apreciação negativa sobre a forma como elas estavam vestidas e todo o aparato que respiravam, mostram-se amáveis e disseram-me:
-Olha podes ir à dos homens - diz uma.
-Nós vigilámos - diz a segunda.

Eu agradeci  levantei imaginariamente o sobreolho, uma vez que não tenho a habilidade de o fazer, e pensei: «Ca-burra, é vigiámos que se diz!». 
Enquanto eu libertava águas produzidas pelo fino que bebera, elas arguiam entre si sobre a calinada (suposta) que a segunda jovem teria cometido, debatiam-se entre o vigiámos, vigilámos, repetindo até se baralharem. Calaram-se.
Pensei, foram embora e no meio de tanto erro gramatical esqueceram-se de vigiar.

Termino o meu serviço, arranjo o vestido, saio e estão as duas à minha espera de olhos carregados de eyeliner a olharem para mim:

- Como se diz: vigiámos ou vigilámos? - pergunta a primeira.
Freckles responde prontamente de sorriso tímido e sobreolho imaginário levantado: - Vigiámos!
-Somos mesmo burras - diz a segunda.
- És, eu só não te soube corrigir - diz a primeira.

O meu sobreolho imaginário ficou levantado toda a noite com a resposta da primeira!

Insatisfeita, fui verificar se eram tudo um erro ou a língua portuguesa estava a fazer das suas. 
Afinal, a segunda não estava errada e a primeira não precisava de "ajudar" já que vigilámos existe: Pret. Perfeito (indicativo): Nós vigilámos

Aprendi uma coisa nova na casa de banho: Armei-me em Chica-Esperta.Valha-me Deus!


sexta-feira, 29 de março de 2013

Olha, quem tem muito riso, sabes, tem pouco juízo!

Sexta-feira Santa dia de limpezas em terras a norte de Portugal. Tira-se tudo que a casa possa abarcar incluindo teias de aranha e cotão, escondidos nos recantos da casa. 
Tudo de pantanas, tudo pronto para ser regado a lixívia e a líquido amoniacal, capaz de irritar a garganta durante 3 dias, mas nada nos detém!

Aspirador sempre ligado e desperdício de água acentuado para lavar passeios e escadas, pés olhados e calças arregaçadas.
Braços doridos de suportarem panos e vassouras todo o Santo dia. Mãos cobertas de cieiro, ásperas porque as luvas é coisa de coquete, e aqui só há mulheres do norte, sem pêlo na benta, há que salvaguardar!

Foi um dia Santo! 
Rimos em quantidades alargadas, as três, mais do que havia para limpar. 
Rimos porque a M. deitou Raid Anti-Mosquitos em vez do banal Pronto limpa móveis no móvel de entrada.
Rimos porque eu parti o espelho pela segunda vez consecutiva, melhor dizendo, o ano passado estalei-o e este ano arrumei o assunto, partindo-o de vez. 
Rimos porque cantamos rancho, músicas da igreja, Marco Paulo ou  Roberto leal a pulmões soltos. 
Rimos porque a M. espirra para o bairro todo ouvir e a factiosa e nerd da L. sabe sempre um facto interessante para brindar o momento, dando-nos motivos para a gozar com ela. 

Depois aparvalhamos com tudo: 
- Mjei é um bom nome para pseudónimo. Diz muitas vezes ó parva, mas sem rir! Assim mais vale tares queta!
- ó cala-te mazé, tou txeio de tou-bir!
- é humidade, soubesse uma tinta!
.
.
.
 e nunca mais parámos de inventar, até o verdadeiro pseudónimo surgir do meio de risos e gritinhos!

Havia tudo para limpar na casa da avó, mas mesmo assim parece que só rimos. 
Rimos de tudo, como as crianças que somos quando estamos as três juntas. 
Sim, foi Sexta-Feira Santa. que terminou com a Pi de braços na cinta e chapéu de pescador enfiado até ao nariz por causa da chuva a dizer-me: Olha, quem tem muito riso, sabes, tem pouco juízo!